PALMITO JUÇARA TEM NORMA DE EXPLORAÇÃO

Pedro Bortolotti (foto), produtor de Rio Novo do Sul foi aluno da Escola Família Agrícola(EFA) na década de 70, os seus filhos fizeram o mesmo percurso. Nesta escola é usada uma forma diferente de ensino, o aluno ou aluna fica uma semana internado e na semana seguinte vai para casa. O objetivo deste método conhecido como Pedagogia da Alternância é de manter o aluno ou aluno ligado com a sua realidade familiar e comunitária. Na EFa estágios e viagens de estudos em outros municípios e até mesmo em outros Estados é uma prática comum.
Em 1995 um jovem do Pará, João Uchoa, fez estágio na família Bortolotti. Aqui vendo a palmeira Juçara com cachos carregados, disse que na sua comunidade eles possuíam a palmeira Assai e dela extraíam a polpa que era consumida na família e também vendida. Uchoa fez uma demonstração de como fazia na sua casa. A idéia agradou e Pedro Bortolotti fez uma nova fonte de renda.
Me lembro que quando Editor do Jornal do Campo, fui até a família Bortolotti, guiado pelo produtor João Martins, também de Rio Novo do Sul e um dos implantadores da EFA no Estado, para fazer uma reportagem sobre o trabalho e a idéia da família Bortolotti.
O que era uma idéia ganhou corpo e passou a ser uma fonte de renda e de trabalho. Além de processar a sua produção, Bortolotti passou a comprar a produção dos vizinhos e de outros municípios no entorno. Hoje na faixa de 200 produtores em oito municípios enviam sua produção para a família Bortolotti.
Além de receber os frutos, Bortolotti fez milhares de mudas e as distribuiu para os seus fornecedores de frutos maduros. Uma ação visando o futuro e a perenidade da atividade agrícola e comercial.
REALIDADE
A palmeira Juçara é uma planta considerada em extinção e corta-la é crime ambiental. O IDAF, que é o Instituto Estadual de Defesa Agrícola e Florestal editou uma Instrução Normativa para perenizar a atividade. A Norma foi tornada pública ontem, 31 de julho de 2013 na propriedade da família Bortolotti.
Toda planta de Juçara tem de permanecer obrigatoriamente com um cacho, com a finalidade de perpetua-la. Um total de 20% de sementes que foram processadas devem retornar a mata e semeadas em lanço. Para cada planta coletada deverá acorrer o plantio de três mudas.
A Norma foi assinada na propriedade dos Bortolotti. Lá estavamo muitos produtores, alunos da EFA, técnicos, o Secretário da Agricultura Enio Beregoli, Evair Mello presidente do Incaper , Davi Niniz de Carvalho presidente do Idaf, deputado Glauber Coelho, deputada Luzia Toledo, a prefeita Albertina e o sub secretário de Turismo Marcos Grillo.