sexta-feira, 8 de março de 2013

Presença feminina na Polícia Militar do ES dá toque especial às ações da Corporação



“A presença da mulher na Polícia Militar trouxe mais leveza às ações da polícia. As mulheres são mais atentas aos detalhes, têm mais senso de organização e planejamento. Além disso, são muito disciplinadas e comprometidas com o trabalho. Se a Polícia pertence à sociedade temos que ter espaço para os dois sexos dentro da Polícia”, disse o major Cleverson Mancini Lyra.

No data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, ele, que é comandante da 9ª Companhia Independente da PM em Marataízes,  afirma que o trabalho realizado pelas mulheres na região não deixa a desejar. Esse é o caso da tenente Filis Zavoudakie, de 33 anos, responsável pelo comando do Grupo de Apoio Operacional (GAO)  em diversas áreas do Sul do Estado.

A unidade operacional é responsável pela prevenção e repressão a crimes nos municípios de Marataízes, Itapemirim, Rio Novo do Sul e Presidente Kennedy, em localidades com maior índice de criminalidade. As ações também são concentradas nas divisas dos municípios com ações de abordagem policial e blitze de trânsito. A oficial comanda a tropa com dezenas de militares, em sua maioria, homens.
De acordo com a tenente, que está há seis anos na Corporação, mesmo exercendo uma função de comando e por ser mulher, nunca houve diferença ou desrespeito por parte dos colegas de trabalho. Ela diz, contudo, que as características femininas humanizam mais o relacionamento com a tropa e com a sociedade.

“Nunca tive problema pelo fato de ser mulher. Se a profissional cobra e exige o justo, ela é respeitada. As mulheres, no entanto, possuem elementos favoráveis na hora de se relacionar. Atua com uma gestão mais humana, aberta ao diálogo, às sugestões, sem que isso comprometa os resultados”, afirma.

Com 177 anos de história, a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES) passou a recrutar mulheres após assinatura do Decreto nº 2.569-E, de 6 de maio de 1983, que criou a Companhia de Polícia Feminina. Desde então, a incorporação de mulheres passou a crescer consideravelmente nos últimos anos. As mulheres representam 10% (975) de todo o efetivo da PM, hoje com 7.760 militares. Muitas exercem cargos de comando, como a comandante do 4º Batalhão, em Vila Velha, tenente-coronel Sônia do Carmo Grobério.

“A mulher pode concorrer com os homens de forma igualitária na Polícia Militar. A cobrança é a mesma, independente do sexo. Somos mais perceptivas e no atendimento às vítimas, conseguimos oferecer um acolhimento maior. Isso são características comuns nas mulheres, mas a responsabilidade para ambos, seja homem ou mulher, é a mesma”, ressalta a tenente.

A capitã Marlussi Meneghel  Fonseca, de 50 anos , fez parte da primeira turma de policiais femininas. Ela, juntamente com cerca de 60 mulheres, foram as pioneiras no Estado a atuarem com policiamento ostensivo em igualdade com os homens. Após a formação da primeira turma de polícia feminina, com habilitação na patente de sargento, as militares serviram como multiplicadoras, para formar novas policiais. Segundo ela, 90% dessas profissionais que ingressaram em 1983, alcançaram a patente de capitã.

“A presença na mulher na Corporação representa um ganho muito grande tanto para a mulher, que ganhou espaço no mercado de trabalho, especialmente nas instituições militares, como para a Corporação, que passou a ser vista pela sociedade de forma mais humana e democrática. Todos ganhamos, pois não há como negar que as mulheres conseguem exercer diversas atividades de forma mais tranquila, media conflitos com mais serenidade. Constitui família, tive três filhas, me dediquei à vida profissional dentro da PM e sempre consegui desempenhar bem todas as funções. Isso é ser mulher”, enfatiza a oficial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário