quarta-feira, 9 de julho de 2014

Estado comemora respeito ao trabalhador durante colheita

Propriedade de Sooretama é um dos bons exemplos
Chega a época da colheita do café e as fazendas ficam coalhadas de trabalhadores que vêm para realizar essa grande tarefa. São pessoas que irão ficar por curtas temporadas, realizar o serviço para o qual foram contratadas e depois irem embora. Apesar de o vínculo empregatício ser curto, o Ministério do Trabalho (MT) estabelece regras para o recebimento desses empregados nas propriedades rurais. Essas normas legislam sobre acomodações, direitos e deveres, além do que o proprietário deve fornecer ao funcionário.

Diversas palestras ministradas pelo Ministério do Trabalho e pelos Sindicatos Rurais têm esclarecido o que determina a legislação, possibilitando que o produtor esteja cada vez mais de acordo com o que é estabelecido por lei. Bons exemplos existem e devem ser espelhados por todos aqueles que trabalham no setor agropecuário. O presidente do Sindicato Rural de Linhares, Leomar Bartels, destaca que “a cafeicultura capixaba não pode ficar marcada por exceções negativas. Existem problemas que estão sendo enfrentados em relação às questões trabalhistas. Mas, a grande maioria dos produtores luta diariamente para manter seus trabalhadores temporários para a colheita de forma digna, como qualquer outra profissão”, destacou.

Mesmo com entraves de leis, cargas tributárias, baixo preço de mercado, intempéries climáticas e vários fatores que afetam a produção rural, os cafeicultores de estão dando exemplo de competitividade. Em Linhares, o Sindicato Rural vem buscando sempre conscientizar os produtores sobre as questões trabalhistas para que ofereçam um ambiente favorável nas propriedades, proporcionando o bem-estar de todos e bons resultados no campo.

Um entrave encontrado pelos produtores são os trabalhadores que não contribuem com a manutenção de um ambiente de bem-estar nas fazendas e em seus alojamentos. Essa é uma reclamação frequente entre aqueles que lidam com essas contratações sazonais. O presidente do Sindicato Rural de Vila Valério e produtor rural, Nilson Izoton, chama atenção para esse aspecto, “o que está errado eu concordo em corrigir, só que a fiscalização nem sempre é feita de forma isenta. Alguns fazendeiros realmente não respeitam mesmo a legislação. A adaptação é complicada de ser feita, porque muitas vezes os próprios boias-frias não colaboram para a manutenção dos espaços asseados. Eu tenho orientado aos produtores de Vila Valério e aos meus funcionários a terem boas atitudes, como por exemplo, não contratar empresas de transporte clandestinas, somente empresas conhecidas e registradas”, explicou ele.

Outra questão que complica para os produtores na época da safra é que a maior parte das propriedades produtoras de café do Estado é de agricultura familiar, o que, muitas vezes, impossibilita ou dificulta o cumprimento à risca das normas do Ministério do Trabalho, por não terem condições de arcarem com os custos. “Durante a colheita do café, as fazendas contratam meeiros para fazerem os serviços, e grande parte da colheita é realizada pelas próprias famílias”, contou Elder Sossai, presidente do Sindicato Rural de Jaguaré.

Bons exemplos existem

A Fazenda Pampulha, de propriedade de Mauro Ceolin, recebe cerca 350 trabalhadores na época da colheita. A filha dele e gerente administrativa da fazenda, Bruna Ceolin, disse que eles fornecem equipamentos de segurança para os funcionários trabalharem com mais tranquilidade e assim eles acabam rendendo mais por terem a qualidade de vida assegurada. “A gente zela pela vida dos funcionários, e tenta fazer o mais correto possível e seguir a lei pra tudo correr bem. Isso é bom para o trabalhador e nós ficamos resguardados fazendo tudo dentro das normas”, explicou Bruna.

A fazenda, que fica localizada no município de Sooretama, possui alojamentos adequados às normas do MT, com instalações higiênicas e asseadas. “Se adequar às regras é custoso sim, mas acaba sendo um investimento. Pra quem não faz, o prejuízo é muito maior”, defendeu Bruna.

Para a conscientização dos produtores, órgãos competentes vêm promovendo palestras nos sindicatos rurais e diretamente com os donos de propriedades sempre que necessário. “Tanto as palestras promovidas pela Federação quanto a fiscalização dos órgãos competentes têm nos orientado sobre as normas e, principalmente, a NR31, que diz respeito à Saúde e Segurança do Trabalho no campo. Também são realizadas reuniões antes da safra com representantes do Ministério do Trabalho”, informou Elder Sossai.





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