terça-feira, 27 de maio de 2014

Lagarta ataca as pastagens no sul do Estado


Prejuízo para os produtores de carne bovina e leite supera R$11 milhões

As pastagens do sul do Estado estão sofrendo com pragas, o que já reflete na produção bovina capixaba. A lagarta Spodoptera frugiperda, conhecida como lagarta militar ou lagarta do cartucho tem prejudicado os produtores do interior do Estado. Ela ataca primeiramente a folha e depois se instala dentro do cartucho da planta, matando-a ou danificando-a seriamente. A lagarta ataca plantações de milho, algodão, cana-de-açúcar, soja, entre outras.

No Espírito Santo, a lagarta militar afetou apenas as pastagens, mas ainda assim causou grandes danos. Os municípios mais afetados pela praga são Presidente Kennedy, Mimoso do Sul, Marataízes, Itapemirim e Atílio Vivácqua, sendo que o primeiro foi o mais prejudicado. Em estimativa feita pelo Incaper, durante uma visita técnica, acreditasse que a perda da área de pastagens seja de aproximadamente 70% da área total do município, ou seja, pelo menos 35 mil hectares de pasto. Os técnicos do órgão se disseram assustados pelo tamanho do surto de Spodoptera frugiperda, nome científico da lagarta.

A ausência de chuvas por um período de quase 90 dias favoreceu a grande incidência de dois tipos de lagartas: Mocis Latipes (mais conhecida como curuquerê-dos-capinzais) eSpodoptera Frugiperda (a lagarta militar). Atualmente, as lagartas que atacaram as pastagens estão entrando no estágio de pupa, quando elas entram no solo para se transformarem em mariposas. Desse momento em diante, elas não prejudicam mais as plantações. Contudo, o restante das pastagens que não foram afetadas no surto anterior vêm sendo atingidas.

Grandes prejuízos
A produção de leite e de carne bovina está sendo afetada pelo surto de lagartas. Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli, houve uma redução de 26,7% da produção de leite em relação a dezembro e R$ 11 milhões referentes a diminuição do peso e perda do gado. Ainda não se sabe de que forma isso influirá no preço final para o consumidor. Pastos foram atingidos quase por completo. O produtor Ronildo Peçanha conta que 90% da propriedade está morta. “Em 48 horas tudo estava tomado. Precisei vender o gado para municípios que não foram atingidos, para evitar mais prejuízos. Agora vamos esperar a chuva para arar a terra novamente e recomeçar. Esperamos que até o final do ano o pasto seja recuperado”, desabafa.

O pesquisador do Incaper, David Martins, instruiu sobre como o produtor rural deve agir em casos como esse. “Quando um surto atinge essa proporção é difícil fazer alguma coisa. O controle deve ser realizado com as lagartas ainda pequenas. Por isso, o produtor que quer proteger a sua pastagem, o produtor deve combater as lagartas no início do seu desenvolvimento”, alerta Martins.

Existem produtos químicos licenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o combate das lagartas militares ainda jovens, entretanto é necessário retirar o gado das pastagens para a aplicação. Outra alternativa é a bactériaBacillus thuringiensis, aprovada pelo MAPA, que funciona como um agente natural no controle da praga, nesse caso o gado não precisa ser retirado das pastagens, o que facilita e diminui o custo para o produtor.




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