sábado, 13 de julho de 2013

Íntegra da nota dos manifestantes que ocuparam a Assembléia Legislativa do ES

 Somos o que fazemos para mudar o que fomos. Hoje a sociedade está em luto. A democracia sofreu no Ocupa Ales violência psicológica, moral e institucional, além de inúmeras violações dos direitos humanos, impedindo a entrada de comida e água, por exemplo. O sistema de poder no Espírito Santo apresentou na madrugada de 12/07 um grande circo. Fomos coagidos a fazer uma 'pseudoaudiência' de conciliação em mais uma tentativa do poder público para manutenção do status quo.

Com o uso dos já conhecidos e violentos signos do estado, assistimos a defesa do governo ao patrimônio privado. Lutamos não só pelo fim do pedágio. Não é por vinte centavos, não é por um pedaço de terra, é uma tentativa de inventar novos modos de pensar e fazer política para além das redundantes práticas do poder legislativo, executivo, judiciário, da grande mídia e do poder privado.

Não consideramos os avanços barganhados. Recebemos migalhas na audiência de conciliação, que não concebemos como ganhos para o movimento. Pelo contrário, a ata deste fórum documenta para o movimento a falta de diálogo e honestidade do estado. Destacamos como vitória para o movimento a mobilização popular, as pessoas nas ruas, o sonho de mudança. A redução da tarifa é um avanço, mas não é o objetivo principal da ocupação. Queremos que os deputados voltem ao trabalho, votem o decreto 69/2013 e respeitem a voz do povo capixaba, considerando o teatro que o governador Casagrande protagonizou, articulando uma manobra escusa contra o povo capixaba. Nesse momento, nos recusamos a participar de mais uma encenação.
Nossa luta continua nas ruas, em outras ocupações e não se faz por acordos a portas fechadas. Seguiremos denunciando todos os vícios, práticas e métodos obscuros que historicamente fazem a esfera pública cair em descrédito. Contamos com o apoio de toda a população para segunda-feira, dia 15 de julho, cobrar uma posição política de nossos deputados, para que cumpram sua parte e votem o fim do pedágio. Resistir, resistir, até o pedágio cair.

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