quinta-feira, 9 de abril de 2015

Meu porto seguro no final da década de 60, toda década de 70 e parte de 80

Esta casa foi o meu abrigo material e espiritual por muitos e muitos anos.
Creio que muitas outras pessoas podem dizer a mesma coisa.
Aqui morou Nair Coelho do Santos, uma cachoeirense de verdade e de fibra, uma mulher grandiosa e  acolhedora, inversamente proporcional ao seu tamanho físico.

Ela foi a fortaleza que protegia e dava forças nas horas de dificuldades e apreensões políticas, nos momentos difíceis e duros da ditadura civil-militar que infelicitou a Nação Brasileira por longos e duros anos.

Aqui posso dizer que era uma trincheira de e da resistência democrática.
Todas as pessoas ela acolhia como se fosse de sua família, como seus filhos (Mariá, Tania, Kátia, Waleska,Yaga, Maurício, Didico, Adriãozinho e Yedo) e o teu querido irmão, Adrião Coelho Filho.

Aqui era território livre e fora das pressões políticas e ideológicas, que em Cachoeiro de Itapemirim eram pesadas, violentas e massacrantes - quem viveu este tempo pode hoje medir e lembrar o que estou dizendo e afirmando.

Lembro com clareza as conversas na sala onde ficavam os livros e na cozinha, onde Tia Nair, como a tratávamos sempre tinha alimento para nosso corpo e para nossa alma. 
No Natal ela sempre tinha uma pequena lembrança para todos.

Os meus filhos a chamavam de vovó Nair, afinal éramos da mesma família, não de sangue, mas de espírito assentado na solidariedade, no amor, no ideal e na fraternidade.

No dia 5 de abril/2015, passei por lá e resolvi fazer estas fotos.
Eu queria medir a dimensão física desta casa, que tanta gente acolheu e protegeu, mas como não tinha uma trena, fiz a medição passos, 13 de frente e 26 de fundos.
Mas o real tamanho dela e de sua gente foi o suficiente para abrigar e acolher muita gente.
A casa de Nair fica na esquina da Rua Costa Pereira com a Rua Dona Joana com, bem em frente ao Mercado Municipal. 
Nair Coelho dos Santos eu guardo na minha alma e no meu coração.
Nair Coelho dos Santos, não há como esquecer a tua voz mansa e certeira nas análises e nas explicações.
Meu porto seguro no final da década de 60, toda década de 70 e parte de 80














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