Um prêmio de R$ 3 mil foi entregue em solenidade especial no município de Águia Branca, pela Fundação Nestlé Brasil à Escola Unidocente Municipal de São Luiz de Barra Seca, do distrito de Boapaba, por ter se destacado no Programa Nestlé Nutrir, Cuidar e Saber, voltado para o incentivo à autonomia dos alunos por uma alimentação saudável, e que propõe uma mudança de comportamento que possa impactar não só na escola como também nas famílias e na comunidade em que eles vivem.
No evento, mais duas escolas colatinenses, Cely Rocha (Baunilha) e Cabeceira de São Pedro Frio, também foram premiadas. Elas ficaram em segundo lugar, e cada uma recebeu R$ 1,5 mil por desenvolverem projetos sustentáveis também na área de alimentação.
Representando a Secretaria Municipal de Educação (Semed), participaram a coordenadora do Programa de Educação no Campo, Ana Paula Moschen, e a assessora de Formação dos Educadores do 5º ano, Renata Luchi; da escola vencedora, a professora, Eliane Zanetti Zotelli Cetto; da Escola Pluridocente Municipal Cely Rocha, a coordenadora Dircléia Baioco e as professoras Cenair Maria Sagrilo Barroso, Lucélia Pertel e Mayara Lydia Menelli; e da Escola Pluridocente Cabeceira de São Pedro Frio, as professoras Luciene Goldner Persigo e Tatiana do Nascimento.
O projeto vencedor do prêmio chama a atenção para a importância do combate ao desperdício de alimentos muito comum no Brasil, e alerta para o aproveitamento das sobras que geralmente são descartadas pela maioria da população. Propõe a mobilização dos estudantes, familiares e parceiros da escola no desenvolvimento de ações que assegurem o combate ao desperdício.
Como foi desenvolvido
Para desenvolver o projeto a professora Eliane trabalhou com os alunos sob diversos aspectos, promovendo debates, estudos, pesquisas, palestras com nutricionista e técnico agrícola, entre outras atividades. Ela iniciou promovendo um debate sobre o paradoxo entre a grande produção agrícola e a fome existente no mundo, procurando entendimento de como acontece o acesso aos alimentos na comunidade local, identificando situações de desperdício e procurando sensibilizar os alunos nos momentos das refeições na escola.
A professora procurou despertar neles a consciência sobre a quantidade que conseguem come de merenda, sem que tenham que colocar mais no prato, e muitas vezes sem vontade de comer tudo, e que acaba sendo jogado fora. Foram observadas as sobras da merenda nos pratos dos alunos da Educação infantil ao 5º ano, feita a pesagem das sobras por anos/séries, realizada produção coletiva de um gráfico sobre a questão, e promovidas discussões sobre as formas de evitar o desperdício.
Os alunos foram orientados a preparar composto orgânico para adubar os vegetais utilizando as sobras de vegetais colhidos na horta da escola e em suas casas, e resgatar valores culturais da comunidade relacionados aos momentos das refeições em família. Os que não têm hortas em casa foram incentivados a tê-las
Por meio de relatos, foram identificadas as receitas praticadas pelas famílias. Colheu opiniões sobre alimentos industrializados e naturais utilizados por elas, e o quê e como plantam, compram, consomem e usam os alimentos. E fez um estudo de uma lista de compras de uma delas, para descobrir os hábitos e qual a razão que elas não comem o que plantam, não têm horta em casa e se estariam dispostas a fazer diferente?
Fizeram parte do projeto, a leitura, a reflexão e o estudo do texto “Alimentos para todos” de Teddy Chu (obra: Do campo à mesa: o caminho dos alimentos); e a produção coletiva de perguntas a serem feitas a agricultores da comunidade sobre o caminho percorrido pelos alimentos até chegarem á mesa, e como eles agem na comunidade e em suas próprias casas.
Também foram apresentadas alternativas para uma alimentação saudável. Um estudo feito a partir do texto “Aproveitando tudo” dá dicas para comprar apenas os alimentos nas quantidades necessárias, para aproveitar as partes dos alimentos que não são aceitos como alimentos também (cascas, talos, sementes, etc), além de servirem como adubo e até para artesanato; e a importância da multimistura. E realizadas oficinas de produção de bolinhos de sobras de arroz e propostos desafios matemáticos sobre as quantidades dos ingredientes de uma receita.
Entre as ações desenvolvidas estão a observação de imagens mostrando grandes produções agrícolas e, paralelamente, as situações de fome no mundo (com dados quantitativos) e descrição oral e relatos das sensações resultantes das imagens. E observações de dados quantitativos da produção agrícola, conversas informais sobre o assunto, suas causas e conseqüências. Estão previstas a apresentação das respostas das pesquisas à comunidade, e a elaboração de uma síntese sobre a situação identificada na comunidade pelo projeto.
Texto: Maria Tereza Paulino
Foto: Italo Candeias – Professora Eliane, vencedora do Prêmio Nestlé
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