Para mim a mesa de uma casa tem o seu correspondente nos nossos ancestrais quando se reuniam em torno de uma fogueira para se aquecerem e talvez conversar sobre o que foi o dia que se finda e o que poderá o dia que se aproxima.
Na minha casa ela tem este sentido, de juntar a família e também os amigos, para nos alimentarmos e também para conversas informais e papos mais sérios.
Um acerto de contas, pontos de vista e um renovar de idéias e rumos.
Sempre que possível as nossas refeições são feitas com o maior número de pessoas, assim temos uma quase assembléia.
Mas quando os filhos e a filha eram pequenos, tudo era mais fácil, sempre tínhamos presença de 100 por cento da tribo.
O tempo corre e um sai de casa porque casou e outro por opção de vida vai morar a centenas de quilômetros.
A platéia fica menor, mas o ritual da velha fogueira permanece.
Depois começa a vir um neto e mais adiante uma neta, o que anima e traz novas alegrias.
Parece que os velhos tempos voltaram, mas de uma forma diferente - o compromisso de ser duro nos momentos mais complicados, parece distante.
Mas a fogueira continuar a nos aquecer e nos mostrar os caminhos com as suas chamas, ora baixa, ora alta.
Neste momento são 3 horas e 08 minutos da segunda feira de 31 de dezembro de 2012.
A vida segue.
A mesa está vazia, porque os seus frequentadores habituais já estão dormindo e eu aqui registrando estas palavras na espera do sono.
Vou ficando por aqui, lembrando que todas mesas podem servir como substitutas para a velha fogueira lá do passado remoto, mas que a mesa da cozinha tem mais alma do que qualquer outra mesa.
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