O Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) recebeu o acervo pessoal de Bertolo Malacarne, um dos principais responsáveis pela colonização do Norte do Estado. Todo o material, composto por 10 caixas de documentos e 36 itens cartográficos, foi digitalizado e está disponível para consulta pública.
O termo de doação, em caráter permanente, foi assinado pela filha de Bertolo, Diógena Malacarne, que destacou a sua satisfação em incorporar a documentação da sua família ao acervo do Arquivo Público. “Onde meu pai estiver sei que está muito realizado. Durante a sua vida ele se preocupou em guardar com zelo e cuidado os papéis referentes ao trabalho que fazia, o qual gostava muito” disse.
O tratamento inicial e a digitalização do material foram feitas pelo professor do Departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Cláudio Ribeiro, e alunos da graduação. “Esses materiais vêm preencher uma lacuna de conhecimento referente à história capixaba. Bertolo Malacarne era um agente de terras do Governo do Espírito Santo. A sua função era levar e assentar colonos, sobretudo italianos, no Norte do Estado. Pode-se dizer que ele foi o ator principal do processo de colonização na região. A doação ao Arquivo visa dar publicidade, permitindo o acesso da população a esse rico acervo”.
Bertolo Malacarne
O tratamento inicial e a digitalização do material foram feitas pelo professor do Departamento de História da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Cláudio Ribeiro, e alunos da graduação. “Esses materiais vêm preencher uma lacuna de conhecimento referente à história capixaba. Bertolo Malacarne era um agente de terras do Governo do Espírito Santo. A sua função era levar e assentar colonos, sobretudo italianos, no Norte do Estado. Pode-se dizer que ele foi o ator principal do processo de colonização na região. A doação ao Arquivo visa dar publicidade, permitindo o acesso da população a esse rico acervo”.
No livro ‘São Gabriel da Palha: A história da Origem’, de Altair Malacarne, é possível conhecer um pouco mais da história de Bertolo, contada por meio de uma entrevista cedida por Diógena ao autor.
Bertolo Malacarne era filho de imigrantes italianos e nasceu em Cachoeirinha, no município de Alfredo Chaves, no ano de 1881, falecendo em 1954. Dentre as atividades que exerceu estavam a de carpinteiro, pedreiro e comerciante. Morava com a esposa e filhos inicialmente em ‘Inhoá-Vila Velha’, hoje Prainha do Convento. Residiu também no Centro de Vitória, Marechal Floriano e Baixo Guandu.
Já com oito filhos iniciou a sua ação desbravadora no Norte do Estado, adentrando matas fechadas e colonizando terras devolutas. De 1925 a 1952 atuou, nas palavras da filha, “(...) na sua verdadeira profissão ou melhor falando o seu ideal. Sua grande preocupação era fixar no Norte do Estado, colonos ‘oriundos’ do Sul do Espírito Santo”. Bertolo exercia sua função por meio de contratos com o Governo do Estadual, sendo o responsável pela colonização de vários locais, dentre eles Colatina, Jaguaré, Pancas, Nova Venécia, Barra de São Francisco e Conceição da Barra.
Os colonos eram, em sua maioria, italianos, conforme demonstra a documentação da família. De acordo com Diógena eles deveriam agrupar-se em um mesmo núcleo residencial, auxiliando uns aos outros, caracterizando uma formação social diferenciada daquela na qual fixavam residências isoladas no interior das matas fechadas.
Todo o trabalho pioneiro de Bertolo está registrado em documentos como plantas, escrituras de compra e venda de terrenos, folhas de pagamento, cartas da Alfândega, caderneta bancária, imposto predial, vales, recibos, contratos e demonstrativos de contas. Acervo este agora disponibilizado ao público na sede do Arquivo.
Informações à Imprensa:
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
Jória Motta Scolforo
3636-6100
joriascolforo@gmail.com
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