Incaper
O agricultor Joaquim Demartine, da comunidade de Lagoa Seca, em Alegre, há 10 anos adota práticas sustentáveis.
18/03/2015 - 07h49min
A agricultura é uma das atividades econômicas que mais necessita de água. Porém, além de consumir esse bem natural, os agricultores têm a possibilidade de produzi-lo. Em diversos municípios, eles têm utilizado um conjunto de técnicas que permitem o abastecimento dos lençóis freáticos. Ações de reflorestamento de matas ciliares e recuperação de nascentes têm proporcionado o retorno da água para a propriedade rural e comunidades no entorno.
De acordo com a engenheira florestal do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Erica Munaro Turbay, existem diversas práticas de manejo que contribuem para a conservação da água em uma bacia hidrográfica em quantidade e qualidade. “As práticas vegetativas, ou seja, aquelas em que se utiliza o reflorestamento de áreas estratégicas, como margens de cursos d’água, nascentes, topos de morro e encostas com alta declividade, e as chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs), são as práticas mais conhecidas”, afirma Erica.
Esse é o caso do senhor Sebastião de Araújo Filho, do distrito de Santo Antônio, município de Barra de São Francisco. Desde 1990, ele realiza o reflorestamento de sua propriedade com espécies nativas. “Eu moro nesta propriedade há 60 anos. Quando mudamos para cá, havia pouca água. Tínhamos cisternas para armazenar água da chuva. Com o reflorestamento, recuperamos muitas nascentes, em torno de umas 25”, conta Sebastião. Ele disse que dos 27 hectares de sua propriedade, 5 são de reflorestamento com espécies nativas e 1,5 hectare é de reflorestamento de nascentes.
O escritório do Incaper em Barra de São Francisco organizou no segundo semestre de 2014 uma excursão técnica ao Instituto Terra, em Aimorés, Minas Gerais, da qual participaram 12 produtores, inclusive o senhor Sebastião. “Fomos procurados por agricultores que já fazem reflorestamento em suas propriedades para conhecer outras experiências na área. Eles queriam ampliar essa consciência ambiental para seus vizinhos na comunidade. Por isso, organizamos a excursão”, diz o extensionista Alexandre Mendonça.
Sistemas Agroflorestais e diversificação agrícola
A engenheira florestal do Incaper, Erica Munaro Turbay, também explica que o novo código florestal trouxe inovações que permitem aos agricultores familiares a adoção de sistemas produtivos nas APPs, o que tem diminuído a resistência quanto ao reflorestamento da propriedade rural. “É possível, por exemplo, transformar uma área antes ocupada apenas por café em um Sistema Agroflorestal, adicionando outras culturas produtivas como o cacau e espécies nativas da mata atlântica, entre elas a juçara, jenipapo, ingá e pitanga”, diz Erica.
Ela informa que a presença de plantas em alta diversidade contribui para a redução do impacto das fortes chuvas no solo, o que promove o abastecimento perene dos lençóis freáticos e nascentes. “A diversidade de raízes, de diferentes tipos de árvores, age como filtro, segurando sedimento (solo) e absorvendo resíduos de adubos e agrotóxicos que contaminariam os cursos d’água”, explica Erica.
O agricultor Roberto Rivelino Rangel, da comunidade de Bom Jesus dos Coqueiros, município de Alegre, adota diversas técnicas de conservação de água na propriedade, como os Sistemas Agroflorestais. Consorciadas ao café, existem árvores frutíferas, como cacau, cajá, manga, banana e goiaba. “Iniciei há um ano e meio o plantio de árvores frutíferas no entorno de córregos. Também fiz pequenos poços e plantio em terraços. Hoje não aplico agrotóxicos para tirar o mato, uso a roçadeira. Percebi que o clima mudou. Ficou mais fresco. Eu iria fazer pasto na área em que reflorestei. Se tivesse feito isso, ia ser difícil achar água aqui”, disse Roberto.
A adoção de práticas agroecológicas também contribuem para a conservação de água na propriedade. O agricultor Joaquim Demartine, da comunidade de Lagoa Seca, em Alegre, há 10 anos adota práticas sustentáveis. Ele fez Sistemas Agroflorestais com café, palmito e banana. “Organizamos os sistemas agroflorestais na beira das nascentes, o que evita a erosão. A propriedade fica sombreada, o que mantém a umidade. Também temos barragens para segurar a água. Não usamos agrotóxicos, o que evita a contaminação do ar, terra e água”, disse Joaquim.
Ações do Incaper
O Incaper tem estimulado a diversificação das atividades produtivas e a utilização dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) em ações de extensão rural e também através da disponibilização de mudas para produtores rurais em todo o Estado. Só em Alegre estão sendo distribuídas 3500 mudas de cacau do Programa Cacau Sustentável e mais 2700 mudas de plantas frutíferas e nativas do Projeto Corredores Ecológicos. Além disso, já foram beneficiados 4 produtores com contrato do Programa Reflorestar.
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre - luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Texto: Luciana Silvestre
Tel.: (27) 3636-9868 e (27) 98849-6999
De acordo com a engenheira florestal do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Erica Munaro Turbay, existem diversas práticas de manejo que contribuem para a conservação da água em uma bacia hidrográfica em quantidade e qualidade. “As práticas vegetativas, ou seja, aquelas em que se utiliza o reflorestamento de áreas estratégicas, como margens de cursos d’água, nascentes, topos de morro e encostas com alta declividade, e as chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs), são as práticas mais conhecidas”, afirma Erica.
Esse é o caso do senhor Sebastião de Araújo Filho, do distrito de Santo Antônio, município de Barra de São Francisco. Desde 1990, ele realiza o reflorestamento de sua propriedade com espécies nativas. “Eu moro nesta propriedade há 60 anos. Quando mudamos para cá, havia pouca água. Tínhamos cisternas para armazenar água da chuva. Com o reflorestamento, recuperamos muitas nascentes, em torno de umas 25”, conta Sebastião. Ele disse que dos 27 hectares de sua propriedade, 5 são de reflorestamento com espécies nativas e 1,5 hectare é de reflorestamento de nascentes.
O escritório do Incaper em Barra de São Francisco organizou no segundo semestre de 2014 uma excursão técnica ao Instituto Terra, em Aimorés, Minas Gerais, da qual participaram 12 produtores, inclusive o senhor Sebastião. “Fomos procurados por agricultores que já fazem reflorestamento em suas propriedades para conhecer outras experiências na área. Eles queriam ampliar essa consciência ambiental para seus vizinhos na comunidade. Por isso, organizamos a excursão”, diz o extensionista Alexandre Mendonça.
Sistemas Agroflorestais e diversificação agrícola
A engenheira florestal do Incaper, Erica Munaro Turbay, também explica que o novo código florestal trouxe inovações que permitem aos agricultores familiares a adoção de sistemas produtivos nas APPs, o que tem diminuído a resistência quanto ao reflorestamento da propriedade rural. “É possível, por exemplo, transformar uma área antes ocupada apenas por café em um Sistema Agroflorestal, adicionando outras culturas produtivas como o cacau e espécies nativas da mata atlântica, entre elas a juçara, jenipapo, ingá e pitanga”, diz Erica.
Ela informa que a presença de plantas em alta diversidade contribui para a redução do impacto das fortes chuvas no solo, o que promove o abastecimento perene dos lençóis freáticos e nascentes. “A diversidade de raízes, de diferentes tipos de árvores, age como filtro, segurando sedimento (solo) e absorvendo resíduos de adubos e agrotóxicos que contaminariam os cursos d’água”, explica Erica.
O agricultor Roberto Rivelino Rangel, da comunidade de Bom Jesus dos Coqueiros, município de Alegre, adota diversas técnicas de conservação de água na propriedade, como os Sistemas Agroflorestais. Consorciadas ao café, existem árvores frutíferas, como cacau, cajá, manga, banana e goiaba. “Iniciei há um ano e meio o plantio de árvores frutíferas no entorno de córregos. Também fiz pequenos poços e plantio em terraços. Hoje não aplico agrotóxicos para tirar o mato, uso a roçadeira. Percebi que o clima mudou. Ficou mais fresco. Eu iria fazer pasto na área em que reflorestei. Se tivesse feito isso, ia ser difícil achar água aqui”, disse Roberto.
A adoção de práticas agroecológicas também contribuem para a conservação de água na propriedade. O agricultor Joaquim Demartine, da comunidade de Lagoa Seca, em Alegre, há 10 anos adota práticas sustentáveis. Ele fez Sistemas Agroflorestais com café, palmito e banana. “Organizamos os sistemas agroflorestais na beira das nascentes, o que evita a erosão. A propriedade fica sombreada, o que mantém a umidade. Também temos barragens para segurar a água. Não usamos agrotóxicos, o que evita a contaminação do ar, terra e água”, disse Joaquim.
Ações do Incaper
O Incaper tem estimulado a diversificação das atividades produtivas e a utilização dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) em ações de extensão rural e também através da disponibilização de mudas para produtores rurais em todo o Estado. Só em Alegre estão sendo distribuídas 3500 mudas de cacau do Programa Cacau Sustentável e mais 2700 mudas de plantas frutíferas e nativas do Projeto Corredores Ecológicos. Além disso, já foram beneficiados 4 produtores com contrato do Programa Reflorestar.
Assessoria de Comunicação – Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Luciana Silvestre - luciana.silvestre@incaper.es.gov.br
Texto: Luciana Silvestre
Tel.: (27) 3636-9868 e (27) 98849-6999
Nenhum comentário:
Postar um comentário