sábado, 20 de dezembro de 2014

COMO GUARAPARI RECEBIA OS SEUS VISITANTES EM 1860

             
                    O texto que segue é de autoria de Johan Jakob von Tschudi e faz parte do livro VIAGEM À PROVÍNCIA DO ESPÍRITO SANTO - Imigração e Colonização 1860. Foi escrito entre os dias 10 e 14 de novembro de 1860, quando Tschudi que era embaixador do Suíça no Brasil estava indo para Rio Novo do Sul, para fazer contato seus conterâneos que haviam vindo em 1856, 11 famílias com 90 pessoas. Antes Tschudi havia estado em Santa Isabel e em Santa Leopoldina, que também haviam recebido imigrantes suíços.
                    - A Câmara Municipal mandou nos preparar um almoço abundante. Durante e depois da refeição, os vereadores nos visitaram e não economizaram elogios à sua vila. Eles destacaram especialmente a indústria de suas mulheres que consiste na manufatura de rendas finas e de bom gosto, ótimas para guarnecer toalhas de mesa e de mão, roupas de baixo femininas, etc. Trouxeram-nos de amostra uma grande quantidade destes trabalhos, dos quais vários davam realmente prova de sua paciência gigantesca, e não podemos deixar de comprar alguns deles para ao menos indiretamente mostrarmos reconhecimento pela hospitalidade demonstrada.
                 Um confronto com hoje, quando o Prefeito afirma que prefere visitante que tenha dinheiro, vemos a diferença da água para o vinho.
                 Lá no passado o acolhimento decente e correto do Poder Público para com um estrangeiro que passava pela cidade. No passado este mesmo Poder Público valorizou as trabalhadoras, as RENDEIRAS DE GUARAPARI. A elas rendeu o seu reconhecimento.
                 Hoje, 154 anos após, o Poder Público despreza as pessoas que querem desfrutar da natureza de Guarapari, pelo viés da renda. Um confronto do Poder Público de Guarapari de 1860 e de 2014, é uma prova evidente do quanto é precisos mudar conceitos e atitudes.
                 Guarapari é de todos, é um bem coletivo.


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