quinta-feira, 12 de março de 2015

Meu bisavô foi amaldiçionado pela Igreja Católica em 1903, em Muniz Freire

                                Meu irmão Higner, ganhou do nosso primo Carlos Misse, um pequeno baú com uma série de documentos que eram do nosso bisavô Lino Ribeiro de Assis. 
                                Toda família tem histórias que ficam circulando e circulando no clã, até que um dia ela se perde, mas também um dia aquela história oral passa a ter corpo, quando aparece um documento. 
                               Eu não conheci meu bisavô Lino Ribeiro de Assis, mas dele tenho algumas histórias que me foram passadas. 
                               A que mais me chamava a atenção era de que um padre o havia amaldiçoado e mais algumas de sua geração.
                                O protesto do meu bisavô estaria registrado num jornal de Campos, Rio de Janeiro, no início do século passado.

                                Com o baú apareceu um recorte de jornal, mas não diz qual e onde era impresso.

Abaixo o texto.
Logo em seguida o texto original.
Em tempo, o texto assinado pelo meu bisavô LIno, provavelmente é da lavra do meu avô, Heraclides Alves de Araújo, seu genro casado com vovó Laureta

DECLARAÇÕES

                         Na formação do processo dos indicados como cúmplice dos deploráveis factos atentatórios a liberdade de crença, que se deram em Mata-Pau, neste município, respondendo o humilde subscritor destas linhas a perguntas feitas, disse que não tinha a menor inimizade com o Padre Luiz Villa, ao que este mal educado e hipócrita sacerdote replicou dizendo que eu lhe tinha numa ocasião receitado uma cangalha.
                         O meu fim único vindo hoje  a imprensa é declarar que este indigno sacerdote e asqueroso homem faltou a verdade dizendo-se meu inimigo, porque momentos antes na presença digna sr escrivão Argeu Santos cumprimentaram-me dirigindo-me na ocasião palavras amáveis.
                       Porém do que esqueceu-se de certo revmo. e que em pleno púlpito da Igreja, desta cidade, na ocasião do S.S. Sacramento abusando do altar e do mandado que indignamente exerce, amaldiciou-me e a minha família, até a quarta geração.
                      Diga-me revmo., isto é digno de um sacerdote que se presa?
Então tão torpemente e abusais das leis da Igreja, amaldiçionando um homem sem que sem que passa provar, porque comete tanta palhaçada?
                     Somente por intrigas procedente, revmo, por este ato mas depois deste tenho passado melhor de saúde, meus filhinhos que viviam adoentados estão gordinhos e gozam de saúde.
                      Já revmo. que até lhe fiquei grato por vossa maldição foi como se fosse benção do céu.
                       Agora que aceitar um conselho?
                       Largue a batina, que para isto revmo. não tem propensão, e vá ser tropeiro ou pastorar porcos.
                       Cidade de Muniz Freire, 1 de setembro de 1903.
                       Lino Ribeiro de Assis.



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