quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Produtor da Veneza se destaca no leite em região onde predominam outras culturas agrícolas








Valto Macedo Araújo recebe visitantes constantemente que buscam conhecimentos sobre a atividade
Baseado no modelo intensivo de produção de leite, com pastejo rotacionado, alimentação balanceada para o gado e trabalhando a correção do solo utilizando apenas adubo orgânico, o cooperado da Veneza, Valto Macedo Araújo, tem tocado sua terra desde 2009 com muita satisfação. A propriedade fica localizada no quilômetro 13 da rodovia que liga os municípios de Nova Venécia e São Mateus, uma região onde a produção de café e pimenta do reino é predominante.
O próprio Araújo admite que no início não aplicava na prática as orientações passadas pelo técnico que prestava assistência na época e devido a isso os primeiros resultados não foram tão expressivos.
Em agosto de 2014, o produtor passou a fazer parte do programa Balde Cheio e a partir daí resolveu “arregaçar as mangas”. Foi então que Araújo, por orientação técnica, resolveu vender sete vacas, obviamente as que produziam menos, para fazer investimentos em piquetes, curral e plantação de cana. Os resultados econômicos e técnicos melhoraram substancialmente de imediato a produtividade e consequentemente a renda, o que animou o produtor que agora pode, inclusive, aumentar a taxa de lotação de animais por hectare de terra.
Os 50 litros de leite que eram produzidos por dia, rapidamente se transformaram em 220 e isso com 15 vacas em lactação. “Alguns animais que produziam de 10 a 12 litros passaram a produzir mais de 20 apenas mudando a alimentação”, relata.
Devido ao crescimento, o produtor precisou contratar mão de obra para o trabalho. Atualmente dois vaqueiros, Ricardo Borges de Oliveira e Agnaldo Ferreira, tomam frente dos afazeres diários enquanto o proprietário agrega renda extra em outra atividade fora da propriedade.
Para mostrar a importância de aplicar a tecnologia, o produtor falou de alguns pontos que considera fundamentais na produção leiteira. “Aprendi a adubar o capim, irrigar de forma correta economizando água, oferecer alimentação balanceada ao animal o que é um dos principais fatores, fazer a higienização do curral e ordenha, tratar os animais de maneira dócil, enfim, passei a tocar minha propriedade como uma empresa”, afirma.
No local, 4.7 hectares de terra são utilizados de forma intensiva para produzir leite. Os animais em lactação são divididos em três lotes separados que variam de acordo com a média de produção de cada lote. Devido ao alto índice de proteína que os capins dos piquetes apresentam, a ração ofertada aos animais no local é totalmente à base de fubá. Cada vaca come uma quantidade de ração proporcional conforme a produção.
Com a maior parte dos piquetes formados por capim mombaça, Araújo já prepara um novo módulo de piquete onde plantou tífton. “Vamos fazer um teste e a intenção é que as vacas com maior média de lactação sejam colocadas nesses novos piquetes”, conclui o produtor.


Aumento ainda por vir
De acordo com o técnico que atende no local, veterinário Pablo Santos Rodrigues, o potencial produtivo que a propriedade apresenta atualmente é muito maior do que a produção atual e isso será evidente ainda este ano.
Com a programação acertada, até o próximo mês onze vacas vão parir, o que promete aumentar a produção para média de 400 litros de leite por dia. “Hoje estamos com a propriedade praticamente acertada. Agora temos condições de colocar uma maior lotação de animais nos piquetes. Primeiro preparamos a base e agora estamos começando a produzir leite da maneira como realmente se deve. Com essas vacas que estão chegando, tenho certeza de que esse aumento na produção vai animar ainda mais o produtor em continuar se especializando”, relata o veterinário.
Ordenha sem uso de ocitocina
Um fator que chama a atenção no local é que a ordenha dos animais é feita sem a utilização de ocitocina (medicamento aplicado na veia do animal com o intuito de liberar mais leite). Essa prática é bastante comum em propriedades produtoras de leite. O vaqueiro, Ricardo Borges de Oliveira, agrega isso ao manejo e adaptação dos animais na ordenha mecânica. “Tratamos as vacas com cuidado e o animal sente isso. Foram necessários 40 dias de treinamento para os animais se adaptarem ao curral e ordenha, mas conseguimos sem bater em nenhum animal. As vacas aprenderam e hoje são mansas. Acho que elas reconhecem esse tratamento e se sentem mais à vontade para dar leite”, disse o vaqueiro.
Mesmo sem precisar utilizar, canavial é mantido
Graças ao devido planejamento, mesmo diante da seca enfrentada na região, não foi preciso utilizar a cana para suplementar a alimentação do gado. Os piquetes apresentam ótima desenvoltura dando conta de alimentar todas as vacas. Mas por precaução, o canavial é mantido na propriedade.
“Optamos por isso porque não sabemos o que pode vir pela frente. É fundamental ter cana plantada, podemos precisar a qualquer momento. São poucas as propriedades de leite que não estão precisando alimentar o gado fora de piquetes. Se precisar comprar gado, se faltar água para irrigar o capim ou até mesmo acontecer de ser proibida a irrigação, como já está acontecendo por aí. Enfim, uma série de fatores pode fazer com que a gente precise utilizar esse recurso, então devemos nos preparar”, afirma o técnico Pablo Santos Rodrigues.

Sugestões de legendas:
- TIME EM CAMPO: O veterinário Pablo Santos Rodrigues, o vaqueiro Ricardo Borges de Oliveira e o proprietário Valto Macedo Araújo
- Valto Macedo Araújo e a esposa Crenir Manzini Macedo
- Com o devido manejo, pastagem apresenta ótima desenvoltura mesmo em períodos de crise hídrica

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Enfocco Assessoria de Comunicação

Diego Bastianello Feitosa
(27) 99972 7655

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