quarta-feira, 16 de setembro de 2015

História de pescador


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quarta-feira, 16 Setembro, 2015 - 10:45
Há pelo menos 55 anos, seu Benedito Matias Porto, 63, se dedica à pesca artesanal. Quando pequeno, se entusiasmava ao ajudar o pai a conseguir alimento para a família e os vizinhos. Aliás, na Vila do Pescador, em Conceição da Barra (ES), onde mora, é assim até hoje. As famílias que vivem nas pequenas casinhas da vila, os companheiros de luta que moram em comunidades quilombolas vizinhas e os produtores formam um grupo forte e unido.
“Graças a nossa união, conquistamos muitas das coisas que vocês estão vendo aqui hoje. É muito difícil alguém acessar uma política sozinho, todo mundo pensa em grupo, nosso maior objetivo é fazer o melhor pela comunidade”, conta orgulhoso.
As conquistas citadas por Benedito incluem uma sofisticada estrutura para beneficiamento do pescado com frigorífico, caminhão e máquina que produz até uma tonelada de gelo por hora. Também foi com recursos do governo federal que os pescadores construíram uma pequena escola para proporcionar educação às crianças e oferecer capacitação aos mais velhos.
Mesmo com o reconhecimento, o pescador tem na ponta da língua as reivindicações de sua comunidade. “Queremos ter a mesma relação que o governo tem com a gente, com ele. Participamos de fóruns, reuniões, seminários para ajudar na elaboração das políticas. Então, também queremos apoio para nos fortalecer ainda mais”.
Encontro
O momento propício para levar ao governo federal as demandas da vila chegou para Benedito nesta terça-feira (15). Em agenda no Espírito Santo, no âmbito do projeto Territórios em Foco, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, esteve em Conceição da Barra para conhecer os empreendimentos da comunidade: a Associação dos Camaroeiros de Conceição da Barra (ACA-BARRA) e a Associação dos Maricultores de Conceição da Barra (AMA-BARRA).
Além de Benedito, Patrus Ananias ouviu líderes territoriais, conversou com quilombolas e garantiu que a piscicultura terá ainda mais empenho da pasta. “Fiquei muito feliz de ver como vocês contribuem para a segurança alimentar de quem vive aqui no estado. Essas coisas me fazem pensar que temos que mudar nosso jeito de fazer políticas públicas, precisamos ouvir as vozes dos assentamentos, das escolas, dos sindicatos e até da natureza”, destacou Patrus.
Para Benedito, a iniciativa do ministro de viajar pelo país e seu compromisso com o cooperativismo e o associativismo são estratégias importantes para desenvolver o campo brasileiro.
“Fico feliz que um ministro tenha essa sensibilidade, de ver que o cooperativismo e o associativismo são a solução para muitas comunidades. Aqui, trocamos nosso pescado pelas culturas produzidas pelas comunidades vizinhas, fazemos vaquinha para construir a casa dos nossos companheiros e ajudamos a erguer. É assim, com solidariedade, que dá certo”, finaliza Benedito.
Ranyelle Andrade
Ascom/MDA
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