segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Jaciguá amanheceu mais triste: adeus Diwali!


Nos corações dos familiares, amigos, moradores e admiradores, permanecerão cravadas as imagens e pensamentos de um homem ímpar, admirável, com uma índole, cultura e discernimento inigualável.
Na foto da direita, o artista pintando o Santuário de Nossa Senhora da Penha em Boa Esperança, distrito de Jaciguá.(Foto: Acervo da família.)
Autor: Radio Conexão
20 de Setembro de 2015 às 10h57
As palavras são poucas para contar a história de “Diwali”. Constâncio Xavier Gregório Lopez Fernandes, nasceu na cidade de Gôa, sul da Índia, em vinte e cinco de maio de mil novecentos e trinta e um, filho de Clementino Lopes Fernandes e Aspulqueta Dias Lopes. Seu nome de batismo é de origem portuguesa, pois, sua cidade natal era, na época, colônia de Portugal.

O nome artístico “Diwali”, significa “festival de luzes”, ficando, assim, conhecido por todos na região e por onde passou levando arte e cultura. Foi ajudante e aprendiz do grande pintor e professor de artes, o italiano Ettori Casali. Com o passar dos anos, desenvolveu sua habilidade em artes sacras, e passou a assinar as obras junto com seu mestre.

Percorreu a trabalho vários países como Paquistão, Afeganistão, Egito, Itália e Portugal. Veio para o Brasil a convite dos padres salesiano chegando no Rio de Janeiro em 1955. Desenvolveu inúmeros trabalhos para a congregação salesiana na restauração de arquiteturas, esculturas e estátuas de pessoas. Além de pintar, Diwali fazia fotografias e filmagens.

Foi com a convivência com os Salesianos que surgiu o convite para o artista vir para o Espírito Santo pintar o Santuário de Nossa Senhora da Penha em Boa Esperança, distrito de Jaciguá. Devido seu profundo conhecimento bíblico, sempre trabalhou com pinturas de arte sacras, retratando fielmente, em suas obras, os personagens, trajes, características da religião católica.

Diwali também fez retratos de personalidades, pinturas a óleo em tela, no estilo clássico, sendo especialista na execução de vitrais, azulejos, mosaicos, douração aplicada nos altares de entalhe em madeira e em imagens, técnicas que aprendeu em sua terra natal. Realizou várias obras artísticas em igrejas dos municípios do Estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Em Jaciguá conheceu sua esposa, Maria Augusta Calvi, filha de descendentes italianos, senhor Davi Calvi e Celina Agrizzi. Tiveram três filhos, adotando para eles seu pseudônimo artístico como sobrenome, são eles: Raj Alex Diwali, Sarodine Diwali e Indira Diwali.

Com um vasto histórico de muitas viagens e experiências na arte de pintar, Diwali, se destacou como pintor e artista, confeccionando obras que vão do velho ao novo testamento. No estado, o artista tem trabalhos em São José do Calçado, Alegre e Cachoeiro de Itapemirim.

No distrito de Jaciguá, nas paredes do Santuário de Nossa Senhora da Penha e no Presépio Artístico, ficarão a sua marca artística e certamente, nas mentes e nos corações dos familiares, amigos, moradores e admiradores, permanecerão cravadas as imagens e pensamentos de um homem ímpar, admirável, com uma índole, cultura e discernimento inigualável.

O falecimento de Diwali aconteceu serenamente às 6h55 da manhã deste domingo (20). O velório está previsto para acontecer no salão da Igreja Católica de Jaciguá, município de Vargem Alta. O sepultamento será as 17 horas no cemitério local.

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