sábado, 10 de agosto de 2013

Seminário aborda relação entre publicidade e obesidade infantil - VITÓRIA


Diego Alves
Dia Nacional Mobilização pela Vida
Especialistas discutiram a influência da propaganda sobre os hálitos alimentares das crianças Ampliar
Mais de 100 pessoas participaram do V Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional, promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), nesta sexta-feira (9). Com tema "O impacto social da publicidade na alimentação infantil", os palestrantes mostraram pesquisas relacionando a publicidade de alimentos não saudáveis diretamente aos hábitos alimentares das crianças.
A estudante do 1º período de Nutrição da Ufes Jussara da Silva Batista destacou a qualidade e o nível dos debates. Já a coordenadora da Educação Ampliada da Emef Ceciliano Abel de Almeida, Nanine Renata Passos dos Santos, elogiou muito a iniciativa do evento. "Pretendo mostrar o documentário 'Muito além do peso', que assistimos aqui, para meus alunos e seus pais. Acredito que ele irá ajudá-los a ter mais consciência do tipo de alimentação que fazemos".
Essa multiplicação dos conhecimentos compartilhados no seminário foi um dos objetivos do evento, segundo o secretário de Assistência Social de Vitória, Waguinho Ito. "Esse é um espaço importante de discussão, mas precisamos passar essas informações adiante para realizarmos as mudanças que queremos na nossa sociedade".
A subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional da Semas, Anabel Araújo, ressaltou a cultura do mau hábito alimentar. "Nosso país é tão rico em alimentos saudáveis, em frutas e legumes. Nós temos que mudar isso".

Alerta

Diego Alves
Dia Nacional Mobilização pela Vida
Estudante do 1º período de Nutrição da Ufes Jussara da Silva Batista destacou a qualidade e o nível dos debates Ampliar
Dentre os palestrantes do V Seminário de Segurança Alimentar e Nutricional, o Dr. Edgard Rebouças, professor no curso de Comunicação Social da Ufes e coordenador do Observatório da Mídia, ressaltou a necessidade de maior rigor na publicidade de alimentos prejudiciais à saúde, principalmente quando destinados às crianças. "É nosso papel influenciar as autoridades e a sociedade a buscar uma comunicação de melhor qualidade, que ajude as pessoas a ter uma vida melhor também".
Rebouças defendeu ainda que todos os produtos industrializados que fazem mal à saúde deveriam ter um alerta no seu rótulo e na sua publicidade sobre os prejuízos que podem causar à saúde, como hoje ocorre com o cigarro.
A Drª Renata Monteiro, do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília, apresentou no evento uma pesquisa norte-americana analisando qual seria o impacto da retirada da publicidade na TV dos alimentos não saudáveis sobre os números de obesidade. De acordo com essa pesquisa, a redução de pessoas obesas poderia chegar a 14% em cinco anos.
"A forma como os alimentos não saudáveis são apresentados na mídia para as crianças é muito lúdica. Alguns produtos trazem brindes e induzem a criança a pensar que ela terá muitos amigos por causa disso. Até os 12 anos, não temos elementos cognitivos para perceber as estratégias publicitárias de forma crítica. Por isso, as crianças precisam de uma proteção maior e esse tipo de publicidade precisa de uma regulamentação específica".

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