Carlos Antolini
Garis participaram de mutirão de limpeza e pintura em Resistência durante as atividades da ação "Semse no seu bairro"
"Gostaria de saber se realmente adianta separar o lixo. Um aluno meu me contou que o lixo separado terá o mesmo destino do lixo comum. É assim mesmo que funciona?", perguntou a coordenadora escolar Maria Luiza de Lima Marques durante reunião entre moradores de Resistência e representantes da Secretaria Municipal de Serviços (Semse) nesta quarta-feira (31), na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Rita de Cássia.
"O lixo domiciliar recolhido em Vitória é pesado e, depois, enviado ao aterro sanitário. Já o lixo separado e recolhido por meio dos caminhões de coleta seletiva é pesado e enviado às associações de catadores, que produzem renda para seus catadores e dão destinação correta ao material passível de reciclagem", explicou o coordenador de Coleta Seletiva, Admilson de Souza Dias.
"Em Vitória, é fácil fazer a separação do lixo para reciclagem. Basta separar em lixo seco e úmido. O lixo úmido deve ser colocado para recolhimento pelos caminhões que buscam o lixo domiciliar. Já o lixo seco deve ser depositado em um Posto de Entrega Voluntária (PEV), que fica em escolas, equipamentos públicos ou vias públicas da cidade, para ter destinação correta e os materiais serem reaproveitados", disse a coordenadora de Educação Ambiental, Rosana Marcia Foerste da Silva.
Professores, pedagogos, coordenadores, alunos, representantes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e lideranças políticas e comunitárias estiveram presentes na reunião, que tratou da importância da coleta seletiva.
O encontro aconteceu após visita a todos os equipamentos públicos do bairro no dia da ação "Semse no seu bairro", realizada em 24 de julho, quando foi constatada a necessidade de uma reunião com representantes da comunidade para que os meios de coleta seletiva já instalados em Resistência fossem melhor aproveitados.
Consciência
Elizabeth Nader
Lixo seco deve ser depositado em um Posto de Entrega Voluntária para ser reaproveitado
"Ações educativas não podem se esgotar dentro da escola, precisa ser um trabalho contínuo. Por isso, a iniciativa da Secretaria de Serviços é ótima. Muitas vezes, as escolas se sentem sozinhas. Mas nossa ideia é produzir um mundo melhor. Nossa conversa com as crianças é ligada com a nossa forma de viver no mundo. Já temos várias ações em curso. Essas atividades curriculares são de produção de conhecimento, portanto, de mudança de vida. Trabalhamos consciência com gasto com água e luz, reutilização de objetos, como a garrafa pet para uso em plantações. É um exercício para cuidar do mundo", comentou a pedagoga Maria Regina Lopes Gomes.
"Queremos trabalhar a consciência da população, que precisa participar efetivamente do cuidado com a cidade. Lixo é uma questão ambiental e também social, pois, quanto mais resíduos separarmos para a coleta seletiva, menos lixo é levado para o aterro sanitário e mais renda é gerada para as associações de catadores", definiu Admilson de Souza Dias.
"Precisamos trabalhar com as comunidades a importância de jogar o lixo no lugar certo e mostrar a importância da coleta seletiva. Mais do que ajudar o meio ambiente, os cidadãos também ajudarão muitas famílias, que são as famílias de catadores. Queremos que Vitória aumente o percentual de lixo separado para coleta seletiva, que hoje é de apenas 1,86% do total gerado. Resistência é o primeiro bairro a ser trabalhado, mas daremos continuidade ao trabalho na capital", contou o gerente de Coleta Seletiva, Marcos Delmaestro.
"É preciso levar a discussão além. Não devemos falar apenas de resíduos. Estamos falando de nossas próprias vidas. Por isso, articulações são importantes e esperamos que todas as secretarias sejam envolvidas nas próximas ações nos bairros", afirmou o professor Vinicius Penha.
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