quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Angolanos mudam percepção de vida de alunos de escola municipal de Itararé - VITÓRIA


Elizabeth Nader
Angolanos na EMEF Ceciliano Abel de Almeida
Miguel, Antunes e Arão contaram suas experiências de vida aos alunos da Emef Ceciliano Abel de Almeida
Angolanos na EMEF Ceciliano Abel de Almeida
Alunos fazem perguntas e dialogam com os angolanos na sala de aula
Três angolanos têm mudado a percepção de vida e de mundo dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé. Miguel Satya da Piedade, Arão Miguel Tchipunge e Antunes Chimeico Ngueve, todos estudantes de Teologia, deixaram a cidade de Lubango, da província de Huila, na Angola, há cinco meses para concluir os estudos no Espírito Santo.
Com uma proposta pedagógica elaborada pela coordenadora Nanine Santos e pela pedagoga Edileuza Ferreira, o objetivo da vivência na unidade escolar da Prefeitura é inspirar crianças e adolescentes a valorizar a grande oportunidade a eles oferecida, a educação de qualidade, e transformá-la em experiências de melhoria de vida para mostrar que, com foco, é possível alcançar grandes metas pessoais e profissionais.
Com apenas três semanas de envolvimento e sensibilização, professores têm notado turmas mais atentas, interessadas e comprometidas. No convívio com os alunos, os angolanos tornam-se testemunhas vivas do que é vencer por meio da precariedade.
"Longas caminhadas a pé até a escola, muitas vezes descalços, latas vazias de leite em pó que nos serviam como cadeiras, caderno apoiado nos joelhos, aulas ao relento, sem merenda, sem uniforme, material didático, segurança, muito menos planejamento pedagógico ou professores qualificados como se tem aqui em Vitória. Essas são algumas das dificuldades vencidas por nós e relatadas para os alunos, provocando neles momentos de introspecção e, em seguida, reflexão quanto aos horizontes que traçam para si", analisou Miguel da Piedade.
Curiosos, os alunos da Emef perguntam de tudo. "Querem saber se passamos fome, se estudamos em situação precária, se tínhamos lanche, como vencemos as barreiras e dificuldades, quais são nossos sonhos e por que escolhemos o Brasil para estudar. Toda a sorte de perguntas. E, devo dizer, pertinentes", comentou Ngueve.
"Nosso grande objetivo é absorver conhecimento no Brasil para voltarmos para o nosso país e desenvolver lá projetos que contribuam para os valores morais e éticos da sociedade, a começar pela educação. Queremos um futuro melhor para a nossa Angola e levaremos para lá projetos que correspondam às necessidades do país", afirmou Tchipunge.

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