terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

17 de abril: Dia Internacional das Lutas Camponesas



 
Vía Campesina
Movimento internacional de camponeses e camponesas, pequenos e médios produtores, mulheres rurais, indígenas, gente sem terra, jovens rurais e trabalhadores agrícolas
Adital
Tradução: ADITAL

Resistência contra a mercantilização da natureza – Paremos os monopólios de terras!Chamado à mobilização
A dramática crise meio ambiental, econômica e social que estamos presenciando, surpreendentemente, não tem feito com que as elites nacionais e internacionais adotem nenhuma estratégia de mudança radical. Ao contrário, as superpotências econômicas têm intensificado suas ofensivas em seu afã por monopolizar todos os recursos disponíveis, com o fim de lucro. A terra converteu-se em uma mercadoria valiosa que entrou no mercado da especulação e, com ela, a água, as sementes etc. Essa hipermercantilização dos recursos leva à expropriação massiva dos povos que levam vidas simples no campo. Isso tem afetado especialmente às mulheres e homens camponeses.
Ao mesmo tempo, a resistência está emergindo em todas as partes. Em todo o mundo as comunidades urbanas e rurais que têm sido afetadas pela mesma onda de privatização e destruição da vida estão resistindo contra as empresas transnacionais que têm colocado a lei do benefício às necessidades e aos direitos dos povos.
A resistência dos povos contra os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) tem sido testemunhas de recentes vitórias; têm acontecido iniciativas de agricultura sustentável nas cidades e nas zonas rurais para alimentar a população local; milhares de pessoas manifestam-se contra os absurdos "projetos de desenvolvimento”, como minas destrutivas, aeroportos, centros comerciais ou plantações industriais. O campesinado e a sociedade civil têm se oposto com firmeza aos monopólios globais em todas as partes.
Há 20 anos, o movimento internacional de camponeses La Vía Campesina defende e estende as práticas e políticas da soberania alimentar por todo o mundo. Com o fim de inaugurar outros 20 anos de luta, fazemos um chamado à mobilização massiva no dia 17 de abril, Dia Internacional das Lutas Camponesas, para reclamar nosso sistema alimentar que está sendo ocupado, cada vez mais, pelo capital transnacional.
Convidamos todo o mundo a organizar atividades, protestos, exposições, ações diretas, debates, projeção de filmes, mercados verdes etc., em sua cidade, escola, escritório, bairro, organização, comunidade...
Onde estejamos, vamos participar dessa celebração coletiva do 17 de abril.
- Envia informações sobre tuas atividades para viacampesina@viacampesina.org
- Se queres, inclui teu nome na lista especial de correio eletrônico, enviando um e-mail em branco paravia.17april-subscribe@viacampesina.net
- Envia-nos informações, fotos, vídeos de tuas atividades. Serão publicados na nova Vía Campesina TV
- Publicaremos o mapa de ações que estarão acontecendo em todo o mundo emwww.viacampesina.org
- Une-te ao nosso evento através do Facebook.
Origem do Dia de Ação: No dia 17 de abril de 1996, no Estado amazônico do Pará, em Eldorado dos Carajás, a polícia militar massacrou aos camponeses que havia se organizado no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), assassinando 19 pessoas. Naquele dia, 1.500 mulheres e homens organizados no MST ocuparam e bloquearam uma estrada, com a intenção de pressionar o Estado e o governo federal pela Reforma Agrária. Às 16:00 horas, 155 policiais militares de duas brigadas rodearam o MST na estrada, atacando as pessoas com gás lacrimogêneo, balas e metralhadoras. Além das 19 pessoas do MST que foram assassinadas durante o massacre, três pessoas morreram depois e 69 foram feridas. As autoridades estatais, a polícia, o exército e os latifundiários locais mais poderosos participaram na organização e na execução do massacre. Mais de 15 anos depois, nenhum dos responsáveis dos responsáveis pelo massacre preso ou castigado.

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