André Luiz Silva Sobral
Mulheres fizeram um jogo equilibrado com os homens na abertura do Torneio Sem Barreiras
André Luiz Silva Sobral
A atleta Geisiane de Souza diz que o esporte é uma boa "saída" para driblar o preconceito
Os atletas paralímpicos de basquetebol em cadeira de rodas têm mostrado no Ginásio Jones dos Santos Neves (DED) um verdadeiro show de troca de passes, arremessos e dribles com os equipamentos especialmente adaptados para a prática esportiva.
Tudo isso pode ser visto no Torneio Sem Barreiras, que teve início nesta quinta-feira (23). A competição mostra a força das mulheres nesse esporte. No primeiro dia do evento, elas competiram de igual para igual com os homens. No primeiro jogo do dia, o time masculino chegou a abrir 10 a 2 no placar, mas as mulheres conseguiram empatar em 16 a 16. No final, vitória masculina: 48 a 32. Nada que tirasse a felicidade das competidoras.
De acordo com o coordenador técnico do torneio, Martoni Moreira Sampaio, a competição tem o objetivo de preparar os atletas do Espírito Santo para as Paralimpíadas do Rio, em 2016. "O Estado desenvolve um trabalho muito bom com atletas com deficiência. Esperamos ter um número expressivo de esportistas capixabas no Rio de Janeiro daqui a três anos", declarou.
Já a participação das mulheres serve para aprimorar as técnicas do time feminino e prepará-las para outros jogos. Além de se tornarem verdadeiras atletas e exemplo de superação, elas destacam que o esporte contribuiu para a melhora da saúde e da autoestima.
Para a atleta Geisiane de Souza, 31 anos, muitos cadeirantes se escondem da vida por causa do preconceito das outras pessoas. Ela conta que o esporte é uma boa solução para sair dessa condição. "A minha vida melhorou 100% após o esporte. Antes, ficava escondida em casa e vejo isso acontecendo com outros cadeirantes também. O medo de sair tem a ver com o preconceito das outras pessoas, mas isso diminui muito com o esporte", conta.
A atleta Maria de Fátima da Silva, 50 anos, mostra que o esporte não tem idade e pode ser praticado por qualquer pessoa. "Para nós, é uma superação. Cada um tem a sua história, muitas vezes difícil, e o esporte faz com que possamos transformar tudo isso numa coisa boa, que traz alegria. Faz parte do espírito de competição".
A respeito do jogo com o time masculino, ela diz que os homens são superiores em força, mas que elas dão o máximo para competir em igualdade. "Na próxima terça-feira (28), temos um amistoso na Argentina, que já é uma preparação para o Campeonato Brasileiro. No ano passado, ficamos em 2º lugar na competição", disse Maria de Fátima.
O Torneio Sem Barreiras é promovido pelo Instituto Reabilitacional e Esportivo para Deficientes Físicos do Espírito Santo (Irefes), em parceria com o Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes), e tem o patrocínio do Ministério Público do Trabalho 17ª Região e o apoio da Secretaria Municipal de Esportes (Semesp). A competição prossegue até este sábado (25) e a entrada é franca.
André Luiz Silva Sobral
Maria de Fátima da Silva diz que o esporte em cadeira de rodas pode ser praticado por qualquer pessoa
André Luiz Silva Sobral
Torneio Sem Barreiras está sendo disputado até este sábado (25) no Ginásio do DED
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