sexta-feira, 31 de julho de 2015

Empresa Perini Muniz apresenta projeto de restauração para as Ruínas da Igreja em Guarapari


Escrito por  SECTUR  
Publicado em SECTUR
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30JUL
Empresa Perini Muniz apresenta projeto de restauração para as Ruínas da Igreja
A Empresa Perini Muniz, vencedora da licitação para a elaboração do projeto de estabilização e reconstituição das paredes do monumento, além do projeto de restauro da edificação das Ruínas da Igreja Velha, localizada na parte alta da cidade, apresentou o projeto de restauração na manhã desta quinta-feira (30), na reunião do Repas (Rede de Promoção de Ambientes Seguros).
A equipe que finalizou o projeto é formada por Maria Izabel Perini Muniz - Coordenadora do Projeto, Viviane Pimentel - Mestre em Restauro, Paulo Kstrupe Pal – Arquiteto, Daniele Borelli Cintra - Engenheira e Mestre e  Silva Puccioni - Engenheira do IPHAN e Doutora em materiais de restauro.
O PROJETO
ESBOÇO E ESTUDO HISTÓRICO DO PATRIMÔNIO
Durante o processo de estudo, foi realizada uma caracterização arquitetônica e interpretação das ruínas em um esboço de como seria a antiga igreja do século XlX, incluindo a nave e torre sineira, a capela mor e a sacristia lateral, o telhado em duas águas, telhas cerâmicas, estrutura de madeira e com beiral.  Segundo o estudo, a sacristia teria sido de planta retangular, lateralmente à capela mor, com telhado no prolongamento do telhado da capela-mor.
  • Sequência de depredação do monumento

Década 1950 - implantação original, em terreno livre, lateral à rua de terra batida, no traçado onde hoje passa a Rua da Matriz - a igreja já se encontrava sem cobertura e esquadrias estando, portanto, em processo de arruinamento. 

Fevereiro 1995 - no alinhamento da Rua da Matriz, os remanescentes do muro de pedra da Torre - planta quadrada, cobertura por cúpula de tijolos, pináculos no cume nos quatro cantos da torre.  Estrutura parcialmente independente da nave – construção posterior.  
Dezembro de 2013 - Fachada principal bastante mutilada, apresentava frontão com inspiração barroca, com óculo central e marcada pela presença de frisos decorativos.
DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO
  • Alvenarias remanescentes
Nave e torre - pedras irregulares, argamassa de areia e cal de ostra - poucos trechos de revestimento, com argamassa similar à de assentamento das paredes - em processo de desprendimento e desintegração de seus materiais. 
  • Cobertura 
Nenhum elemento da estrutura de madeira (fechais, terças e caibros), presença verificada pelo vazio nas paredes e frontão – remanescente do beiral do tipo beira sobre beira, com telhas cerâmicas artesanais, na parede lateral da torre voltada para o interior do terreno.
O monumento sofre com a invasão de vegetação em suas reentrâncias, o que compromete a estabilidade de suas estruturas. Com isso, o sistema estrutural das paredes purgantes será trabalhando isoladamente. Já nas paredes juntas de argamassa, recuadas em relação às faces das pedras, será feito um recuo pronunciado, devido ao desgaste da argamassa pelas intempéries e pelo vandalismo. Os arcos em alvenaria cerâmica maciça - passarão pela regularização de ombreiras de vãos e nivelamento durante o levantamento das alvenarias.
  • Danos    
Presença de incrustações de líquens, musgos e vegetação de pequeno e médio porte aportaram em relevos de adornos, reboco e topos de paredes, acarretando risco à estabilidade.Ação de agentes agressivos, como em ambientes marítimos, fragilização das superfícies de revestimentos e das argamassas de ligação dos elementos ornamentais. A associação entre a ação de líquens, musgos, umidade e ventos provocou a perda de aderência e a porosidade do reboco, favorecendo a infiltração da umidade e provocando o stress mecânico com fragmentação em pontos distintos.
  • Vandalismo
Inscrições que comprometem o monumento. Durante a restauração, será aplicada uma de argamassa cimentícia contemporânea, trabalho mecânico diferente e incompatível com a argamassa tradicional.
AÇÕES EMERGENCIAIS PARA CONSOLIDAÇÃO DA ESTRUTURA
Regeneração da alvenaria e remoção de elementos espúrios e no preenchimento de lacunas formadas por ação de carregamento, infiltração de águas pluviais e pela presença de vegetação.
Estabilização estrutural das paredes danificadas e instáveis.
Limpeza superficial.
Assentamento de elementos de alvenaria soltos devido à perda de aderência com uma argamassa de cal extinta no canteiro e areia média.
Preenchimento de locais com argamassa comprometida.

Medidas emergenciais - será realizada uma ação de preenchimento e fechamentos dos arcos e lacunas para sustentação durante o procedimento de restauração em pontos críticos. Assim que toda restauração terminada retornará a forma original.
AÇÕES EMERGÊNCIAS DE PROTEÇÃO DO TOPO DAS PAREDES
Para conter a ação das águas pluviais, será feita por meio de aplicação de argamassa de cal, cimento e areia média, para evitar a infiltração e o acúmulo de água sobre as paredes.
Escoramento para proteção da Torre.
Sineira.
Estrutura de escoramento provisória em madeira.
ACESSIBILIDADE AO LOCAL
Instalação provisória de andaime até o cume da cúpula da torre para execução segura de medições e de trabalhos em alturas elevadas. Medidas para garantir que o acesso ao local seja restrito apenas às pessoas envolvidas no trabalho de consolidação das ruínas, com normas de segurança do trabalho.
DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO
1-Mínima intervenção
Restauração e consolidação da ruína propriamente dita - viabilização do novo uso - interferir o mínimo possível na ruína - física ou esteticamente.
Materiais da ruína - manutenção da consolidação da consistência física - sem alterá-los em aspecto e estrutura. 
Forma da ruína - evitar o preenchimento de lacunas - em casos de consolidação o preenchimento deve ser ao mesmo tempo integrado e reconhecível.
2- Acessibilidade
A acessibilidade - condições de acesso físico ao bem permitem que o usuário acesse a totalidade de seus espaços, por meio de rampas e passarelas.  Exposição de vestígios que possam existir, por meio de pesquisas arqueológicas. Reproduzir o antigo acesso principal da igreja com a remoção parcial do muro de divisa entre o terreno da ruína e a Sejam e uso compartilhado do recuo.A criação de condições físicas para a manifestação e expressão artística de pequeno porte - dinâmica cultural que concorra, juntamente - valorização do patrimônio cultural.
3 - Distinguibilidade
Novos elementos proposta na intervenção linguagem própria do tempo atual, sem conflitar e competir com esta que deve prevalecer e ter sua integridade e destaque garantidos.
4 - Reversibilidade
Garantir a integridade do bem em sua configuração anterior e na sua consistência física, possibilidade de restituição do estado anterior, sem descaracterizações, em caso de remoção do elemento inserido na intervenção.Elementos que minimizem os riscos de acidentes e danos por vandalismos instalação de grades de proteção a instalação de câmaras. Elaboração de um manual de conservação preventiva para ser aplicada no pós-intervenção.
PROPOSTA DE USO E OCUPAÇÃO
A adequação de espaços antigos a novos usos é, ao mesmo tempo, um desafio e uma necessidade para a preservação do bem cultural arquitetônico, uso principal do espaço para a visitação, a exposição sobre o bem e a contemplação.Atividades culturais de pequeno porte, observando-se o limite de número reduzido de pessoas por visita e em períodos de curta duração.Possibilidade de uso para eventos culturais como exposições de arte, apresentação de pequenos concertos, corais religiosos ou esquetes teatrais.
PROJETO DE ARQUITETURA
A proposta apresentada visa à destinação do bem a uma função útil para a sociedade, como medida para a salvaguarda do patrimônio edificado.  Mínima intervenção nas ruínas defendendo um diálogo harmônico de materiais antigos e atuais, com uso predominante do aço corten e da madeira.  Para possibilitar a visitação em sistema de circulação horizontal, com piso de madeira, que conduz o visitante, tanto interna quanto externamente, à ruína por meio de rampas metálicas que, além de possibilitar novos ângulos visuais das ruínas, o levam a um terraço projetado no nível do antigo coro.
O visitante poderá conhecer e observar o monumento a partir de diversos pontos de vista, contando com bancos para descanso temporário e contemplação, além de espaços para painéis informativos e para orientação de portadores de necessidades especiais, com totem em Braille.  A inclusão de pessoas com mobilidade reduzida foi uma das diretrizes na escolha da proposta, viabilizando a visitação acessível ao longo de todo o trajeto.

Prefeitura de Guarapari
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