Valor Econômico
04/05/15
O calor intenso e a falta de chuvas em pleno período de formação de grãos do café - entre dezembro e fevereiro - afetaram as lavouras de conilon (ou robusta) no norte do Espírito Santo, onde a colheita está começando. Nesse cenário climático, o desenvolvimento dos cafezais - a maior parte irrigados - foi prejudicado, e a produção nesta safra 2015 deve ser menor que a do ciclo passado.
A primeira estimativa da Conab, de janeiro deste ano, indicava uma produção entre 8,521 milhões e 8,958 milhões de sacas no Estado, recuo entre 14,3% e 10% em relação à safra 2014, que somou 9,949 milhões de sacas.
Já as projeções da Cooabriel - Cooperativa dos Cafeicultores de São Gabriel, em São Gabriel da Palha, indicam que a queda pode superar 30% no Estado, para 7 milhões de sacas ante as quase 10 milhões de sacas de 2014. A cooperativa tem 4.700 associados em 24 municípios capixabas e 21 baianos. Atualmente, a Conab está realizando nova estimativa, que deve ser divulgada em junho.
Em meados de abril, quando o Valor visitou fazendas cafeeiras da região, era possível ver grãos num mesmo pé de café em diferentes estágios de maturação, reflexo do clima seco. "Foram 40 dias sem chuva. Os grãos da parte de baixo da planta amadureceram e os de cima não", conta Salomão Lacerda, que tem propriedade em Águia Branca. Outro efeito do calor e da chuva escassa foi que os grãos cresceram menos, segundo ele.
O cafeicultor avalia que deve ter uma produtividade de 100 sacas por hectare nesta safra. Ele esperava mais, já que renovou parte da lavoura em 2014. Contudo o clima frustrou suas expectativas. No ciclo passado, sem lavouras renovadas, a produtividade foi de 70 sacas.
Valdeir Geraldo de Lazare, também produtor em Águia Branca, diz que geralmente começa a colher o café em meados de abril, mas confirma que a falta de chuvas atrasou o desenvolvimento das lavouras. O produtor, que cultiva 30 hectares de café, diz que "o conilon deu porque ele é teimoso". A resistência da espécie conilon, aliás, explica a denominação robusta.
Além do calor de dezembro a fevereiro, quando foram registradas temperaturas de 40 graus centígrados, outros problemas já vinham atingindo os cafezais do norte capixaba, segundo o presidente da Cooabriel, Antônio Joaquim de Souza Neto. Ele observa que houve muito vento e calor entre o fim de junho e julho do ano passado. "Com isso, em agosto, a florada foi afetada porque as lavouras tinham perdido folhas", acrescenta.
Então, relata Souza Neto, em novembro e dezembro uma praga chamada cochonilha atacou os cafezais. Depois de todas essas adversidades, o calor forte em pleno período de formação de grãos acabou queimando o café em algumas lavouras, diz o presidente da Cooabriel.
Como resultado dos problemas climáticos, a cooperativa espera receber 20% menos café de seus cooperados nesta temporada. Em 2014, os associados entregaram 1,168 milhão de sacas. A queda nos recebimentos só não será maior, diz, porque há novos associados entregando o produto e lavouras que estão produzindo agora e que ainda não estavam em produção na safra passada.
Em Águia Branca, os cafezais de José Carlos Kubit também sofreram com o vento. "De abril a dezembro do ano passado, o chamado vento sul trouxe ferrugem, queda de folhas e provocou o não vingamento das flores", afirma. O calor forte depois agravou o problema. Ele espera repetir nesta safra o mesmo rendimento do ciclo passado, de 80 a 100 sacas por hectare. "Apesar de ter feito renovação de lavouras, a produtividade média não vai crescer porque as lavouras antigas tiveram queda de 30% afetadas pelo clima", observa. (AAR)
Em meados de abril, quando o Valor visitou fazendas cafeeiras da região, era possível ver grãos num mesmo pé de café em diferentes estágios de maturação, reflexo do clima seco. "Foram 40 dias sem chuva. Os grãos da parte de baixo da planta amadureceram e os de cima não", conta Salomão Lacerda, que tem propriedade em Águia Branca. Outro efeito do calor e da chuva escassa foi que os grãos cresceram menos, segundo ele.
Valdeir Geraldo de Lazare, também produtor em Águia Branca, diz que geralmente começa a colher o café em meados de abril, mas confirma que a falta de chuvas atrasou o desenvolvimento das lavouras. O produtor, que cultiva 30 hectares de café, diz que "o conilon deu porque ele é teimoso". A resistência da espécie conilon, aliás, explica a denominação robusta.
Além do calor de dezembro a fevereiro, quando foram registradas temperaturas de 40 graus centígrados, outros problemas já vinham atingindo os cafezais do norte capixaba, segundo o presidente da Cooabriel, Antônio Joaquim de Souza Neto. Ele observa que houve muito vento e calor entre o fim de junho e julho do ano passado. "Com isso, em agosto, a florada foi afetada porque as lavouras tinham perdido folhas", acrescenta.
Então, relata Souza Neto, em novembro e dezembro uma praga chamada cochonilha atacou os cafezais. Depois de todas essas adversidades, o calor forte em pleno período de formação de grãos acabou queimando o café em algumas lavouras, diz o presidente da Cooabriel.
Como resultado dos problemas climáticos, a cooperativa espera receber 20% menos café de seus cooperados nesta temporada. Em 2014, os associados entregaram 1,168 milhão de sacas. A queda nos recebimentos só não será maior, diz, porque há novos associados entregando o produto e lavouras que estão produzindo agora e que ainda não estavam em produção na safra passada.
Em Águia Branca, os cafezais de José Carlos Kubit também sofreram com o vento. "De abril a dezembro do ano passado, o chamado vento sul trouxe ferrugem, queda de folhas e provocou o não vingamento das flores", afirma. O calor forte depois agravou o problema. Ele espera repetir nesta safra o mesmo rendimento do ciclo passado, de 80 a 100 sacas por hectare. "Apesar de ter feito renovação de lavouras, a produtividade média não vai crescer porque as lavouras antigas tiveram queda de 30% afetadas pelo clima", observa. (AAR)
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