sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Extensionista: Mão amiga na produção rural


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sexta-feira, 4 Dezembro, 2015 - 14:45
São 2,5 milhões de famílias do campo produzindo mais e melhor em todo o Brasil. O motivo? Elas recebem Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), que ajuda a melhorar a renda e a qualidade de vida desses produtores rurais. E a execução desses serviços só é possível porque 16 mil técnicos extensionistas em todo o País compartilham, todos os dias, conhecimento e experiências para o meio rural. E em reconhecimento a esse trabalho é que se celebra, no dia 06 de dezembro, o Dia Nacional do Extensionista Rural.
Rafael Lima de Medeiros, 28 anos, é um desses profissionais. Técnico de Ater há cinco anos, dedica boa parte do seu tempo a ajudar famílias de agricultores familiares e de assentados da reforma agrária. Até agora, mais de 500 famílias do Distrito Federal já receberam o auxílio de Rafael, que se apaixonou pela área ainda na faculdade. “Fui apresentado para a extensão rural num estágio que fiz na Emater e achei muito interessante o contato com o agricultor familiar. Surgiu a oportunidade de fazer o concurso e estou aqui até hoje, é um trabalho muito gratificante”, declara.
O técnico de Ater brasiliense veio de uma família de agricultores. “Meus avós e meus pais vieram do meio rural, eu nasci na cidade mesmo. Mas sempre escutava as histórias de como era o trabalho deles no campo, por isso optei por fazer um curso de graduação nessa área”, explica Rafael, que é formado em Ciências Agrárias.
A assentada da reforma agrária Maria Roseli de Freitas é prova desse intenso trabalho. A família dela, que mora no assentamento Contagem, em Sobradinho (DF), foi uma das atendidas por Rafael e atribui boa parte do sucesso de sua produção à ajuda dos técnicos. “Os técnicos de Ater são mais que companheiros para nós. Se a gente precisa de qualquer coisa, eles nos ajudam. Agora tem até esse tal de ‘zap’, é só mandar uma mensagem que eles vêm rapidinho”, diverte-se a assentada, que ainda está se adaptando à tecnologia.
Roseli relembra, aos risos, uma situação em que a assistência técnica foi fundamental. “Eu vim do interior do Ceará, não sabia fazer nada. Minhas primeiras poncãs eu plantei com a embalagem, no saco mesmo, acredita? Mas aí eles me ajudaram, plantamos tudo de novo. Eles me ensinaram a engatinhar”, confessa.
Intervenção essencial
O diretor do Departamento de Ater do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Dater/ MDA), Marenilson Batista, ressalta que esse profissional é de extrema importância para o campo. “O extensionista é um servidor que busca fortalecer a economia da família e assegurar a segurança alimentar. Ele tem a função de orientar todo o processo produtivo e de facilitar o acesso a políticas públicas”, salienta.
Segundo Marenilson, dos 16 mil técnicos reunidos pela Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), oito mil são financiados por chamadas públicas do MDA e do Incra, sendo 700 mil famílias atendidas por esses projetos. “Os técnicos têm uma influência direta na qualidade dos alimentos, a partir da orientação do MDA, que trata da produção de alimentos saudáveis”, observa.
O presidente da Asbraer, Argileu Martins, reforça o papel desse profissional no campo. “Quando o técnico entra para extensão rural, passa por um processo de formação que o transforma num agente de desenvolvimento rural. Além de trabalhar os processos de inovação tecnológica, ele passa a trabalhar o acesso qualificado às políticas públicas, por isso o extensionista é muito importante na articulação do desenvolvimento rural e sustentável”, frisa.  
Agroecologia
O técnico Rafael Lima conta que já atendeu famílias com produção convencional e agroecológica. Para ele, é importante a conscientização para métodos mais naturais, mas sempre respeitando a vontade do agricultor. “Trabalhamos com agricultores convencionais, mas tentando inserir algumas práticas agroecológicas no dia a dia deles. Oferecemos o sistema de plantio associado, uso mais racional de insumos químicos, uso de adubo orgânico, criação de barreiras em volta da propriedade, todas essas questões que são associadas à agroecologia nós tentamos incorporar na produção convencional”, explica.
Para Rafael, a parte mais trabalhosa é a transição do convencional para o agroecológico, mas os técnicos extensionistas podem suavizar essa mudança. “Estamos aqui como facilitadores. O trabalho como técnico é contínuo. A partir do momento que o agricultor recebe Ater, nos esforçamos para que ele não deixe de ser atendido. Enquanto ele estiver demandando, ofereceremos o nosso serviço”, garante.
Maria Roseli já trabalhou com sistema agroecológico na produção de hortifrutigranjeiro, mas atualmente está com um sistema convencional. Ela pretende retornar para o sistema orgânico e conta com a ajuda da Ater para isso. “Agora, não estou mais tanto na roça como gostaria, porque estou doente, mas quero voltar”, diz. Ela tem ajuda dos técnicos também em sua agroindústria, que ajuda no sustento dela, dos filhos e dos netos. “A produção aqui não é muita coisa, mas como é para mim e para minha família está tudo bem. O forte é a mandioca, comecei a plantar bananeira e tenho também uma fábrica de bolos e de biscoito, vivo disso”, completa. Ela e os filhos vendem a produção para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal.
Dia do Extensionista
O Dia Nacional do Extensionista Rural é comemorado no dia 06 de dezembro. A data foi aprovada em 2008, por meio do Projeto de Lei nº. 2191/07. A comemoração faz referência à inauguração da primeira instituição de extensão rural do Brasil, a Associação de Crédito e Assistência Rural de Minas Gerais (Acar). O PL tem como objetivo valorizar o extensionismo rural, que contribui para melhorar as condições de vida no campo e a diminuir as desigualdades sociais.

Jalila Arabi
Ascom/ MDA
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