sábado, 16 de janeiro de 2016

1926 - Revista Capichaba nos chama de Colônia turco-syria e tem um não silencioso dos syrios-libaneses do ES

                                        No ano de 1926 a REVISTA CAPICHABA, que circulava no Espírito Santo na tentativa de faturar comercialmente resolveu fazer uma edição onde abordaria como tema central a colônia dos "syrios e turcos''. No texto, publicado no dia 15 de julho a REVISTA CAPICHABA rasga elogios a colônia e anuncia que a edição com farta seria editada.
                                        Um fato mostrava a ignorância histórica por parte da REVISTA ao falar em COLÔNIA TURCO-SYRIA. Quando os primeiros imigrantes chegaram no passaporte estava registrado como de origem do Império Turco-Otomano. Na realidade o Mundo Árabe ficou por muito tempo sob o domínio do Império Turco-Otamano e sofreu muito. Aliás, grande parte, ou mesmo a quase totalidade dos nossos antepassados deixaram as suas aldeias em função direta de terrível dominação. Por este motivo chamar um de nós de turco sempre foi uma ofensa.
                                        Em oito matérias editadas pela REVISTA CAPICHABA, num intervalo entre 15 de julho de 1926 e 15 de dezembro de 1927, mostra um fato histórico marcante para todos nós. O desfecho, na minha opinião é muito interessante e mostra o caráter de nossos antepassados. 

O texto que segue é a primeira tentativa de REVISTA CAPICHABA.





                                          Na edição seguinte da REVISTA CAPICHABA, de 30 de julho de 1926 ela traz uma correção e uma reparação quanto ao erro histórico, com o brimo Elias Chebly enviando uma correspondência indicando a incorreção e ainda chamando atenção para o fato de aqui havia uma colônia syrio-libaneza e que no Brasil havia poucos turcos.
                                         Um detalhe que chama atenção na correspondencdia de Elias Chebly é a data que foi escrita, 16 de julho de 1926, um dia após a publicação do texto, o que mostra a pronta e imediata reação. Segue a segunda publicação.





                                           Na edição seguinte, de 15 de agosto de 1926, REVISTA CAPICHABA continuou a pressionar a Colônia, agora citada como syrio-libaneza no sentido de tornar realidade o projeto de uma edição especial, naturalmente que custeada por ela.
                                       O texto que segue mostra a estratégia de envolvimento dos nossos patrícios das famílias Gabeira, Ibrahim Bumachar e Jacob, como sendo pessoas que estariam apoiando a edição especial.




                                      Já na edição de 30 de setembro de 1926 VIDA CAPICHABA volta a tocar no assunto da edição especial, dando inclusive as suas normas, dizendo que retratos e anúncios de estabelecimentos comerciais seriam pagos. Fala na data da edição, 15 de novembro de 1926. Cita ainda que uma equipe estava no sul do Estado recolhendo material.






                                         Na edição de 30 de novembro de 1926, REVISTA CAPICHABA, justificando o fato de que a edição especial não ainda circulado, fala haveria material jornalístico da Colônia do Rio de Janeiro.




                                        Na edição de 15 de janeiro de 1927 REVISTA CAPICHABA volta a reafirmar de a edição especial iria circular.



Na edição de 23 de maio de 1927, VIDA CAPICHABA,  renova a sua proposta da edição em homenagem a Colônia syrio-libaneza.


                                        Mas no final do ano, edição de 15 de dezembro de 1927, VIDA CAPICHABA, anuncia que a edição especial não aconteceria e que as pessoas que haviam pago seus anúncios seriam reembolsadas.
                                         REVISTA CAPICHABA não explicou o motivo ou os motivos para a não realização da edição especial.

Na minha visão o erro inicial e vital cometido pela REVISTA CAPICHABA foi quando da formulação do seu projeto ter colocado COLÔNIA TURCO-SYRIA. Os nossos brimos do passado certamente se sentiram ofendidos por serem chamados de turcos. 



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