O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca,
Octaciano Neto, encaminhou um ofício ao juiz Paulo Furtado, da 2ª Vara de
Falências e Recuperações Judiciais do Foro da Capital, em São Paulo, manifestando a
apreensão do Governo do Espírito Santo quanto aos desdobramentos da crise
financeira que atinge as empresas Infinity Bio-Energy Brasil Participações S.A. e
outras ["Grupo Infinity"]. O grupo encontra-se em processo de recuperação judicial
e apresentou à Justiça um novo “Plano de Recuperação Judicial”. Estima-se que
somente com fornecedores a Infinity Bio-Energy possua uma dívida que ultrapasse
os R$ 2 bilhões. O grupo também acumula um grande passivo trabalhista, além de
um débito milionário com as Fazendas Públicas.
Para o secretário de Estado da Agricultura, o novo "Plano de Recuperação Judicial"
apresentado pelo "Grupo Infinity" representa mais uma tentativa de postergar o
cumprimento de suas obrigações com os milhares de funcionários do setor
sucroalcooleiro capixaba que já foram demitidos, com os produtores de cana-de-açúcar
e com os demais credores, dentre eles o Estado do Espírito Santo. Octaciano Neto
defende que seja decretada a falência do grupo.
“Com a decretação da falência e a indicação de um interventor poderemos ter
mais garantias de que os compromissos assumidos por esse grupo empresarial
junto aos mais diversos setores da cadeia produtiva sucroalcooleira serão, de fato,
cumpridos. A nomeação de um interventor nos dá a esperança de que os ativos
do grupo, principalmente suas usinas, sejam vendidos para novos administradores
que possam retomar a operação das usinas. Um novo plano de recuperação judicial
vai depreciar ainda mais os ativos do grupo empresarial e fazer com que a dívida
bilionária da empresa com seus credores não seja quitada”, afirma o secretário.
Segundo Octaciano Neto, desde 2008 a situação só vem se agravando. “E o que
é pior: o não cumprimento de acordos, alguns inclusive determinados pela Justiça,
têm sido uma das principais marcas desse grupo empresarial”, ressalta Octaciano.
Histórico A entrada do Grupo Infinity nas regiões Norte do Espírito Santo, Leste de Minas
Gerais e Sul da Bahia, no ano de 2006, com a compra das usinas Disa, Cridasa e
Alcana, deu-se em um momento de grande euforia para o setor sucroalcooleiro
do país. No entanto, essa série de aquisições realizadas pela Infinity Bio-Energy,
com a promessa de desenvolvimento para essas regiões, acabou se transformando
em uma série de equívocos administrativos e em um conjunto insustentável de
atos de gestão que culminaram com o fechamento das usinas Alcana e
Cridasa e com o desemprego de milhares de trabalhadores.
“Estamos preocupados com os impactos que um novo processo de Recuperação
Judicial poderá trazer para a economia e para o desenvolvimento econômico e
social do Espírito Santo. Esperamos que uma solução definitiva possa ser
encontrada o mais rápido possível. Esse grupo empresarial já plantou muitos
sonhos entre nós, capixabas. E há muitos anos o que temos colhido são pesadelos.
Trabalhamos para estruturar o setor sucroalcooleiro no Estado. Confiamos que
a Justiça será feita”, conclui o secretário.
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