O Banco Hipotecário, onde meu pai trabalhava, possuía duas residências sobre a agência e eram destinadas aos seus funcionários. Em uma delas morava o Sr. Dácio Monteiro e sua família. Ele possuía uma hierarquia superior a de meu pai no Banco. Na outra, ao lado, morava uma família sem nenhum vínculo com o Banco, que estava terminando de construir sua casa para desocupar. Só então a casa seria cedida a um funcionário e meu pai era o candidato mais cotado a ocupar esta vaga. Ele aguardava ansiosamente. Meu pai trabalhava até as 18:00hs. Quando meu pai largava o serviço, o gerente o chamou para dizer que havia acabado de receber uma correspondência do seu superior, vinda de Belo Horizonte, que dizia para reservar a casa para um novo funcionário que viria trabalhar na Agencia de Cachoeiro. Meu pai estava com ordem de despejo da casa onde morava e a casa do Banco atendia a todas as suas necessidades. Não só de ser próxima pra ele mas, porque minha mãe tinha atelier de costura, bordados, ajour, plissê, botões, etc. E a rua teria que ser comercial. O local perfeito para ambos. Meu pai arquitetou um plano e apostou nele. Com a conivência do gerente, decidiram ignorar a correspondência, até porque, o gerente a abriu depois do expediente. Papai teria que se mudar para a casa naquela noite. Eram oito horas da noite quando meu pai foi a casa dos moradores. Era uma família, relativamente, grande. Um casal de idosos, mais um casal com três ou quatro filhos moças e rapazes, estudantes. Papai teve que convencê-los a se mudarem naquela noite, enquanto papai faria a sua mudança ao mesmo tempo. Eu não estava presente na negociação mas, ouvi esta estória, repetidas vezes. Meu pai se propôs a providenciar e pagar toda a mudança. Além disso meu pai colocou um maço de dinheiro sobre a mesa, algo em torno de R$ 30.000,00 (trinta mil Reais) para eles terminarem a construção da casa. É bem verdade que eles não aceitaram o dinheiro mas meu pai deixou lá. Ainda lembro das mudanças. Caminhão levava, caminhão trazia. A noite toda fazendo as mudanças. Finalmente, lá para cinco ou seis horas da manhã, terminava com todos muito cansados. Tudo revirado em ambas as casas. Pela manhã, meu pai foi trabalhar e comunicou ao gerente que ele já estava morando no imóvel, sobre a agência. O gerente surpreso. Ele não acreditava que meu pai iria conseguir seu intento. Em vista disso o gerente avisou aos diretores que recebera a carta mas o funcionário, caixa do Banco, já estava ocupando a casa.
Abraços Fraternos,
Helena
Nenhum comentário:
Postar um comentário