Dia 24 de maio haverá uma grande ação levando serviços para as comunidades ciganas
Zelita Viana
Qual a população cigana na Serra? Como vivem, quais são suas necessidades? Quais políticas públicas devem ser promovidas para viabilizar a inserção deles nos serviços públicos? Para obter as respostas, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedir) promoveu um levantamento de informações nos acampamentos ciganos. A partir das demandas levantadas, serão realizadas ações envolvendo várias secretarias da Prefeitura da Serra. A data escolhida é 24 de maio, quando se comemora o Dia Nacional do Povo Cigano.
Na Grande Vitória, a Serra é o município com maior número de acampamentos ciganos (sete), onde moram 59 famílias. Em média, o povo cigano reside há aproximadamente 30 anos no município, tendo maior tempo na região de Macafé, por volta de oito anos. A maioria veio do interior do norte do Estado. No levantamento realizado pelo Departamento de Promoção da Igualdade Racial, entre os dias 23 e 25 de abril, foram ouvidas famílias de sete acampamentos localizados nos bairros Carapina, Cascata, Jacaraípe, Macafé e Nova Almeida.
Além da dificuldade de acesso a serviços básicos, como saúde, por exemplo, o levantamento detectou a existência do preconceito em relação ao cigano, o que dificulta seu acesso à assistência básica e destrói a autoestima das crianças, que chegam a pedir às mães para não participarem de reuniões nas escolas com roupas de cigana. Também foi relatado que algumas mulheres não conseguem atendimento nas unidades de saúde por não apresentarem atestado de residência.
Após o levantamento das demandas, o Departamento de Promoção da Igualdade Racial realizou uma reunião com as secretarias de Educação; Cultura; Meio Ambiente; Emprego, Trabalho e Renda, três representantes dos ciganos e da coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Subsecretaria Estadual de Direitos Humanos, para organizar um dia de oferta de serviços para o clã cigano da Serra.
Reivindicações como emissão de documentos, informações sobre os programas sociais, agendamento de consultas, espaço público para pouso cigano, com estrutura de água, energia e esgoto; oferta de cursos de qualificação e inserção dos jovens no mercado formal, alfabetização, entre outras reivindicações, foram relatadas à equipe da Sedir.
“Queremos aproveitar o dia 24 de maio, quando se comemora o Dia Nacional do Cigano, para levarmos serviços e também promovermos ações que levem à conscientização da sociedade e dos ciganos quanto aos direitos que os assistem”, explica Fátima Tolentino, diretora do Departamento da Igualdade Racial, que está promovendo a ação. Ficou marcada uma reunião para o dia 10 de maio, quando as secretarias vão detalhar melhor os serviços que serão oferecidos.
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