Incaper
Dona Aurelia na produção dos Beijus
08/03/2016 - 17h03min
As agroindústrias familiares se destacam cada vez mais no cenário rural especialmente pelo estímulo às economias locais, a geração de renda das famílias, contribuição na sucessão rural e até o resgate de culturas locais. Além disso, um fato que se destaca nesse contexto é papel fundamental que muitas mulheres desempenham nessa atividade. É o caso das agricultoras familiares e produtoras de beiju do município de São Mateus, dona Aurelia da Costa Silva e suas duas filhas, Andréia e Aldicéia.
Há mais de 40 anos, dona Aurelia acorda todas as segundas-feiras, por volta das 5h30, para colher cerca de 200Kg de mandioca. E, é na “Casa de Farinha” que fica na sua propriedade, o Sítio Amor da Roseira, na comunidade de Santa Luzia que, com a ajuda das suas filhas, nas sextas-feiras e nos sábados cerca de 70 pacotes de beijus já estão disponíveis para venda no Mercado Municipal.
Funciona assim: a mandioca segue descascada para o tanque que é a etapa da limpeza. Só depois disso, é triturada em poucos minutos. Em seguida ela é coada para o processo de preparação da goma. Essa goma segue para um tanque de decantação. Depois desse processo, a massa vai novamente para a água. A mistura fica várias horas descansando, até surgir o derivado mais nobre da mandioca: a goma pura. Com ela, é feito beiju. No final das contas, tem de amendoim e côco, tem de todos os formatos e tem até na palha de banana!
Segundo dona Aurelia, “mesmo em tempos financeiros mais difíceis, a renda da nossa família melhorou e com o passar dos anos já pudemos comprar um carro e há menos de um ano, conseguimos trocá-lo. Mas, tudo muito simples!”. Mas, para a filha Aldicéia da Costa ainda falta um olhar mais generoso para com o trabalho das mulheres. “Apesar do lado positivo da renda, as pessoas que estão no mercado olham para as mulheres produtoras de beiju e reclamam dos nossos preços como se o nosso trabalho que é duro e diário não tivesse o seu valor”.
Segundo a Economista Doméstica do escritório local (ELDR) de São Mateus, Fernanda Casagrande Macedo, o Incaper tem atuado nas agroindústrias do município levando informação e formação através de cursos, excursões, contribuindo na elaboração de projetos, acompanhamento técnico, auxiliando no incentivo e aperfeiçoamento da produção, e comercialização de seus produtos.
O Município de São Mateus possui uma grande diversidade na produção agrícola e no cenário de agroindústrias. “Quando se fala em agroindústria, nos remetemos a dois focos principais: a produção de beiju, que é tradição do município, e a produção de mel, que vem despontando nos últimos anos, além de diversos outros produtos da agroindústria familiar”, explicou Fernanda.
A história do Município se confunde com a história do Brasil porque no Porto de São Mateus chegavam embarcações com negros escravizados, que eram leiloados em seu largo e se espalhavam pelas fazendas no norte do Estado e sul da Bahia. A partir daí podemos ter noção da influência da cultura africana no município.
A produção de farinha e de beiju era uma prática comum às propriedades rurais, e continua sendo em muitas delas. Nas comunidades até hoje as mulheres são responsáveis pela transformação da mandioca nas "Casas de Farinha". Elas se juntam desde a colheita da mandioca até o preparo da farinha e do beiju, reconhecido por “dia da farinhada", como é o caso de dona Aurelia.
Contatos do Sítio Amor da Roseira: (27) 99720-1242/ (27) 99984-1995.
Informações à imprensa
Assessoria de Comunicação do Incaper
Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Tatiana Caus – tatiana.souza@incaper.es.gov.br
Vanessa Capucho - vanessa.covosque@incaper.es.gov.br
Texto: Tatiana Caus
Tel.: (27) 3636-9865 / (27) 3636-9868
Twitter: @incaperFacebook: Incaper
Há mais de 40 anos, dona Aurelia acorda todas as segundas-feiras, por volta das 5h30, para colher cerca de 200Kg de mandioca. E, é na “Casa de Farinha” que fica na sua propriedade, o Sítio Amor da Roseira, na comunidade de Santa Luzia que, com a ajuda das suas filhas, nas sextas-feiras e nos sábados cerca de 70 pacotes de beijus já estão disponíveis para venda no Mercado Municipal.
Funciona assim: a mandioca segue descascada para o tanque que é a etapa da limpeza. Só depois disso, é triturada em poucos minutos. Em seguida ela é coada para o processo de preparação da goma. Essa goma segue para um tanque de decantação. Depois desse processo, a massa vai novamente para a água. A mistura fica várias horas descansando, até surgir o derivado mais nobre da mandioca: a goma pura. Com ela, é feito beiju. No final das contas, tem de amendoim e côco, tem de todos os formatos e tem até na palha de banana!
Segundo dona Aurelia, “mesmo em tempos financeiros mais difíceis, a renda da nossa família melhorou e com o passar dos anos já pudemos comprar um carro e há menos de um ano, conseguimos trocá-lo. Mas, tudo muito simples!”. Mas, para a filha Aldicéia da Costa ainda falta um olhar mais generoso para com o trabalho das mulheres. “Apesar do lado positivo da renda, as pessoas que estão no mercado olham para as mulheres produtoras de beiju e reclamam dos nossos preços como se o nosso trabalho que é duro e diário não tivesse o seu valor”.
Segundo a Economista Doméstica do escritório local (ELDR) de São Mateus, Fernanda Casagrande Macedo, o Incaper tem atuado nas agroindústrias do município levando informação e formação através de cursos, excursões, contribuindo na elaboração de projetos, acompanhamento técnico, auxiliando no incentivo e aperfeiçoamento da produção, e comercialização de seus produtos.
O Município de São Mateus possui uma grande diversidade na produção agrícola e no cenário de agroindústrias. “Quando se fala em agroindústria, nos remetemos a dois focos principais: a produção de beiju, que é tradição do município, e a produção de mel, que vem despontando nos últimos anos, além de diversos outros produtos da agroindústria familiar”, explicou Fernanda.
A história do Município se confunde com a história do Brasil porque no Porto de São Mateus chegavam embarcações com negros escravizados, que eram leiloados em seu largo e se espalhavam pelas fazendas no norte do Estado e sul da Bahia. A partir daí podemos ter noção da influência da cultura africana no município.
A produção de farinha e de beiju era uma prática comum às propriedades rurais, e continua sendo em muitas delas. Nas comunidades até hoje as mulheres são responsáveis pela transformação da mandioca nas "Casas de Farinha". Elas se juntam desde a colheita da mandioca até o preparo da farinha e do beiju, reconhecido por “dia da farinhada", como é o caso de dona Aurelia.
Contatos do Sítio Amor da Roseira: (27) 99720-1242/ (27) 99984-1995.
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