17-07-2012
No final da década de 50, recém formado em farmácia, o Sr. Pio retornava ao estado para pedir ao pai Sebastião dinheiro para abrir uma farmácia. Vendo que o pai se encontrava em dificuldades, resolveu assumir os negócios, foram anos difíceis. Pio fez uma parceria com o IBC, que trouxe técnicas do plantio em curva de nível, adubação e tratos culturais, uma inovação para a época. Adquiriu sementes do catuai 99 vermelho do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e tornou-se produtor de sementes, para o Espírito Santo e demais estados. Mas adiante resolveu ingressar no descascamento de café arábica, 1960, obteve grande qualidade. O que permitiu ser o primeiro capixaba a exportar café para Alemanha e Copenhague. Nunca mais parou de despolpar café. Até aqui somente o café arábica, mas o conilon veio e convive na mesma altitude, na faixa de 500 metros, em Santa Teresa.
Em 2010 resolvemos descascar o conilon, 200 sacas e obtivemos um ágio de R$30,00 por saca. Levamos a novidade para a Associação de Produtores Rurais de Rio Perdido, de imediato aceito pelos produtores Luís Carlos Gomes e Marcelo Corteletti. Em 2011 chegamos a 2.000 mil sacas. Convidamos a Coopeavi, Incaper e a Revista Conilon Brasil, para fazerem um movimento sobre a qualidade do conilon descascado. Em 2011 realizou-se o 1º encontro do conilon descascado, com a participação de mais de 500 produtores.
Hoje são 16 associados que sabem que o caminho da qualidade é uma forma de agregar valor. Através trabalho do seu Pio, os cafés da região estão entre os melhores cafés robusta do mundo e foram vendidos pela Coopeavi para Rússia.
Um comprador da Coréia conheceu o produto final o que animou mais associados que estão acreditando que o negócio irá crescer. O conilon está subindo a montanha, segundo estudos apresentam uma acidez mais alta e uma doçura acentuada, uma bebida de melhor qualidade. A Coopeavi tem o concurso de conilon descascado Pio Corteletti, em homenagem a sua visão que, colocou os cafés capixabas na vitrine do Mundo;
A cafeicultura capixaba vai assim sendo construída por ações de produtores empreendedores que ao encontrar nova forma de trabalhar, nunca a esconde de forma egoísta, somente para si. Este texto foi construído como resultado de conversas que mantive com o cafeicultor Sergio Soares da Silva, que é genro de Pio Corteletti, que não mais está no nosso convívio.
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