A primeira frase foi um exercício, e uma necessidade de dar personalidade ao programa "Jornal do Campo", da TV Gazeta, que foi ao ar pela primeira vez no dia 11 de março de 1979, ficando sob minha responsabilidade até o dia 2 de outubro de 2011. Da ideia inicial até a sua formatação final, a frase teve uma colaboração externa fundamental.
A segunda foi um ruminar de anos e anos, na busca pelo passado de minha família paterna, mais precisamente o querer saber quem foi meu avô libanês, por onde passou e quais foram as suas relações pessoais e sociais. Por ter de conversar muito, mas ouvir muito mais, percebi que alguma coisa diferente passa na cabeça e no espírito do imigrante libanês e até mesmo na cabeça dos descendentes que gostam de valorizar a Pátria Mãe, muitos sem a conhecer.
É o passar de sentimentos de geração em geração. Sempre fui bem acolhido entre os membros da colônia, quando o assunto era a nossa história comum, história de sair de uma terra distante e migrar para um lugar diferente.
Aqui fala quem faz. Quando fui fazer cobertura do meio rural como repórter, em 1974, percebi que as pessoas e as comunidades do meio rural eram vistas de uma forma estranha. O desdém e o tratamento dado à comunidade rural me incomodou. A sina do povo do campo era mostrada como sendo uma população fadada a sempre migrar para o meio urbano.
Até o ano de 1979, era jornalista apenas da imprensa escrita. Com a chegada da televisão na minha vida, entrei num outro campo. A imagem em movimento passou a fazer parte do dia a dia. Uma mudança interessante e desafiadora. Um horizonte diferente convidava para nova caminhada. Luiz Carlos Feitosa Perim me ajudou a finalizar a frase slogan.
Líbano, minha alma veio de lá. Aqui o caminho na busca de meu avô Francisco Marolino Mansur me levou a ouvir e a curtir muitas histórias de imigrantes. Um tempo de um enraizamento de histórias, fatos e dramas, que ouvi em relatos, mas que eram também a minha história. Sempre recebido com carinho.
Entendi de forma clara a expressão "brimo". Essa palavra, na verdade, tem o sentido de família. Mas, mesmo não tendo nenhuma relação de parentesco de sangue, o sentimento que fica é de fraternidade e de companheirismo. Uma emoção única que não consigo registrar em palavras, mas que enche os olhos de lágrimas. Aqui a frase slogan é de minha total responsabilidade
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