A safra de café brasileira poderá ter perda acima dos 25% e seu volume não deve passar os 40 milhões de sacas, segundo Alemar Braga Rena, produtor rural e professor aposentado em fisiologia pela universidade de Viçosa-MG, que fez um amplo estudo sobre as perdas da cafeicultura no Brasil. “Diante da afirmação de alguns órgãos do governo, a situação não é tão grave, mas ela é grave!”. Além de ter grãos de baixa qualidade, a produção total de café será pequena e deve ficar abaixo dos 40 milhões de sacas. “Isso estou falando em relação à quantidade, não estou falando em massa nem tipo... O café cereja descascada será uma jóia rara este ano no Brasil”. Rena afirma que em sua propriedade, em Viçosa, os danos não são tão severos, já que ele deve colher uma média de 22% de grãos ‘bóia’. “O crescimento dos grãos foi muito pequeno... Esses frutos que irão boiar na hora da lavagem vão refletir no café CD (cereja descascada), que é o café de boa bebida... E nós aqui a 750 metros, e outras propriedades iguais, não bebe se não for CD, então haverá uma perda considerável de qualidade e de tipo de café”.
Rena afirma ainda que no país a perda pode ser ainda maior. “Em termos de Brasil, eu estimo que isto esteja acima de 25%, considerando todas as informações que me foram passada e (o que vi) em minhas viagens”. O déficit hídrico registrado em toda a região produtora, segundo o professor, não teve impacto sobre as plantas, mas se refletiu nos grãos. “Eu não estou considerando a situação do Conillon, mas o que eu tenho de informações de pessoas da área de pesquisa o Conillon que não é irrigado também irá perder, e a maioria também não é irrigada”.
Diário Agrícola
Nenhum comentário:
Postar um comentário