segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O GUIA SUIÇO VOLTOU

No dia 13 de novembro apressei para chegar ao aeroporto de Vitória para receber o suíço Alfred Muller que pela internet com seis meses de antecendência informou-me que chegaria às 18:30 horas. Como suíço é pontual, às 18 horas eu já estava no aeroporto. De repente uma voz clamou: Ronald, Ronald.  Era Alfred que havia chegado às 14 horas. O Mundo está mudando, até os suíços foram contaminados: agora eles chegam antes do horário programado.
Alfred Muller é um arquiteto que conheci pela internet e que ficou interessado pela imigração suíça para o Espírito Santo e pelo casal Frederich Stauffer e Anna Maria Kobi Stauffer, que chegaram com 22 anos de idade no final de 1856. Vieram em busca de sonhos, de vida digna numa terra distante e desconhecida. Vieram para Rio Novo do Sul. Kobi Stauffer é a família de minha esposa Eliane. Estivemos na Suiça e pelas mãos de Alfred, reencontramos a família Stauffer 153 anos depois da imigração.
No dia 14 de novembro, eu, Eliane, nossa filha Helena e seu namorado Tony Cordeiro, levamos Alfred para conhecer uma típica família rural capixaba descendente de europeus, fomos a Santa Maria do Jetibá na casa de Igo Tesch e Josilene Arnholz Tesch, produtores de hortaliças orgânicas há dez anos. Eles em dois hectares produzem 60 tipos de hortaliças e cuidam de uma criação de aves de postura com 110 galinhas. A produção é destinada a comercialização na feira orgânica que acontece aos sábados embaixo da Terceira Ponte, em Vila Velha.
Depois de andar por entre canteiros e ouvir a história de vida de Igor e Jozi, Alfred falou que “pode ser que no começo o interesse principal fosse o dinheiro, porque não podemos viver sem ele, mas hoje o que fazem tem o coração e a consciência. O dinheiro é consequencia do que realizam. Vocês fazem a agricultura do futuro. Tenho certeza que daqui há 20 anos muitos vão fazer o que vocês fazem hoje. Fico admirado com o trabalho que fazem todos os dias e no final da semana colhem, embalam a produção, tomam a estrada e andam de 113 quilômetros para chegarem a feira, depois mais 113 para voltar para casa.”
No dia 16 fomos levar o guia ao aeroporto, antes de chegar ao Brasil ele havia passado na Argentina e agora seguiu para o Chile, onde num trabalho voluntário irá encontrar-se com outra família de origem suíça. Na despedida falei para Alfred: encontrar para conhecer, conhecer para caminhar juntos e caminhar juntos para amar mais – texto que tomei emprestado do padre Humberto Pietrogande. O guia suíço foi embora.

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