domingo, 3 de agosto de 2014

EM DEFESA DO CONILON E DO ESPÍRITO SANTO.



                Periodicamente o setor industrial do café ensaia um discurso, que caso se efetivasse, traria sérias e nefastas consequencias para a economia capixaba: eles querem importar café robusta, que é nosso conilon.
           Argumentam que a importação seria feita dentro do esquema drawback. O café viria do exterior e aqui no Brasil seria todo ele destinado a industria e depois exportado. 
Alegam que os custos que eles comprariam o café, principalmente do Vietnan, geraria lucros e eles permaneceriam no mercado. Afirmam que o conilon brasileiro, o Espírito Santo é o maior produtor, tem preços que inviabilizam o setor industrial. 
                 Na realidade a importação do robusta jogaria os preços para baixo, atingindo não somente a cotação do conilon, mas também o café árabica.

                 A pressão do setor industrial para importar o robusta está contida numa matéria do Jornal Valor Econômico de 18 de julho, que diz o seguinte:
- Após anos na gaveta, a análise de risco necessária para que as empresa de café solúvel que atuam no país possam importar a espécie robusta do Vietnan para compor os blends de suas próprias exportações foi finalmente concluída. Os técnicos responsáveis identificaram o risco de entrada no Brasil de pelo menos uma praga presente no país asiático caso seja oficializada a liberação.
                A praga em questão é o besouro Thogoderma granarium, que ataca grãos armazenados e costuma ser bastante resistente a inseticidas e sobreviver longos períodos sem alimento. Não há data definida para que a análise seja publicada no Diário Oficial da União, o que depende de uma análise jurídica que ainda não foi concluída e terá de ser para permitir uma eventual aprovação. Mas o aval continua a não depender não só de fatores técnicos, já que encontra forte resistência entre os produtores brasileiros - principalmente os do Espírito Santo, que lideram a produção doméstica do robusta. 

                  A articulação do setor industrial do café solúvel para importar o robusta , periodicamente aparece na imprensa em pequenas notas ou em matérias longas como do dia 18 de julho. O interessante que toda vez que fazem uma investida, tentam depreciar o nosso conilon, confira :
             - Mas, como cerca de 85% do café solúvel é composto pela espécie robusta, normalmente de pior qualidade e mais barata do que o arábica, a  Abic  - Associação da Indústria de Café Solúvel – não desiste de pressionar pela liberaçãoo importação de café verde – e o drawback é um mecanismo que conta com isenção de impostos, o que o torna ainda mais atraente do que sugerem as condições do mercado.

                 O Espírito Santo que na década de 60 sofreu as consequências danosas da erradicação dos seus cafezais, o que fez ocorrer um imenso êxodo rural para as cidades e para outros estados, não pode aceitar a importação. É preciso que toda sociedade, passando pelos produtores, pelas entidades de classe e pela classe política, uma mobilização urgente para frear a pretensão da Industria do Solúvel, que esta atrelada com interesses de se importar  café arábica. 
                 O Espírito Santo que soube contornar os problemas da erradicação dos seus cafezais, dando de presente ao Brasil variedades de conilon que nos coloca como referencia mundial, em produção e produtividade, tem de acordar e se unir para evitar graves problemas. É bom lembrar que a maior parte dos nossos municípios têm no café o seu sustentáculo econômico e social.
                  A cafeicultura capixaba, do proprietário ao meeiro, passando pelo trabalhador sazonal da colheita e todo segmento que vive no segmento café, se unirem e fazer uma frente e uma articulação nacional em defesa de sua continuidade.
             Fica aqui o alerta pela pressão importadora, mas fica também um pedido: vamos defender os interesses capixabas.

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