Universidade Candido Mendes promove Seminário Internacional Brasil-Líbano no dia 25 deste mês. Encontro irá discutir acontecimentos políticos no Oriente Médio e como eles influenciam o cenário libanês.
São Paulo – Os acontecimentos no Oriente Médio e o papel do Líbano na geopolítica da região serão tratados no Primeiro Seminário Internacional Brasil-Líbano, que acontece dia 25 deste mês, na Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro.
“O Líbano é um país que apresenta mais estabilidade que instabilidade. Ele tem instituições que funcionam. Comparativamente ao Iraque, Síria e à questão palestina, o Líbano tem mais estabilidade e uma democracia mais consolidada que os demais países”, avalia Erica Resende, professora de Relações Internacionais do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) da Universidade Candido Mendes e uma das organizadoras do evento.
O evento é organizado pela instituição em parceria com o Instituto de Cultura Brasil Líbano, a Universidade Saint-Esprit de Kaslik, do Líbano, e o Consulado Geral do Líbano do Rio de Janeiro.
Resende destaca, porém, que outros países e fatores da região acabam influenciando a geopolítica libanesa. “A guerra civil da Síria, vista como desdobramento da Primavera Árabe, e a intervenção no Iraque (pelos Estados Unidos e Reino Unido). Além desse novo ator, que causa preocupação tanto aos Estados Unidos quanto à Rússia, que é o Estado Islâmico”, aponta a professora.
Para a docente, o Líbano não é visto no Oriente Médio como uma fonte de problemas e pode ajudar a compor uma solução para a região. Ela ressalta, no entanto, que em um país cuja população não chega a cinco milhões de habitantes, o recebimento de cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios causa um desequilíbrio.
“Isso desestabiliza qualquer organização. O governo está tentando ofertar alimentos e colocar as crianças na escola”, diz. Para ela, o fato de Líbano e Síria terem um passado em comum (ocupação otomana, dominação francesa, etc.) e uma mesma língua alivia em parte a situação dos sírios que chegam ao território libanês.
“O que não acontece com quem chega à Grécia, à Macedônia, à Alemanha. Mas o Líbano é visto por estes fluxos de refugiados como um local de passagem. A grande maioria não deseja permanecer ali”, aponta Resende.
Em relação aos imigrantes árabes que vieram ao Brasil, a professora avalia que sua adaptação não foi problemática. “Tanto que em qualquer lanchonete que você entra, há quibes e esfihas para vender. Isso mostra que a presença [árabe] não causa estranhamento [aos brasileiros]”, lembra.
No caso dos sírios, porém, ela ressalta que ainda falta apoio do governo brasileiro. “O Ministério das Relações Exteriores concede refúgio, mas a vinda para refazer a vida aqui não é fácil. Até que eles regulamentem sua situação no País, eles ficam dependentes de ONGs”, explica.
Serviço
Primeiro Seminário Internacional Brasil-Líbano
Dia 25 de novembro, a partir das 08h30
Local: Universidade Candido Mendes (auditório, sala 507)
Rua da assembleia, 10 – Centro – Rio de Janeiro
O evento é gratuito e aberto ao público
“O Líbano é um país que apresenta mais estabilidade que instabilidade. Ele tem instituições que funcionam. Comparativamente ao Iraque, Síria e à questão palestina, o Líbano tem mais estabilidade e uma democracia mais consolidada que os demais países”, avalia Erica Resende, professora de Relações Internacionais do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj) da Universidade Candido Mendes e uma das organizadoras do evento.
O evento é organizado pela instituição em parceria com o Instituto de Cultura Brasil Líbano, a Universidade Saint-Esprit de Kaslik, do Líbano, e o Consulado Geral do Líbano do Rio de Janeiro.
Resende destaca, porém, que outros países e fatores da região acabam influenciando a geopolítica libanesa. “A guerra civil da Síria, vista como desdobramento da Primavera Árabe, e a intervenção no Iraque (pelos Estados Unidos e Reino Unido). Além desse novo ator, que causa preocupação tanto aos Estados Unidos quanto à Rússia, que é o Estado Islâmico”, aponta a professora.
Para a docente, o Líbano não é visto no Oriente Médio como uma fonte de problemas e pode ajudar a compor uma solução para a região. Ela ressalta, no entanto, que em um país cuja população não chega a cinco milhões de habitantes, o recebimento de cerca de 1,5 milhão de refugiados sírios causa um desequilíbrio.
“Isso desestabiliza qualquer organização. O governo está tentando ofertar alimentos e colocar as crianças na escola”, diz. Para ela, o fato de Líbano e Síria terem um passado em comum (ocupação otomana, dominação francesa, etc.) e uma mesma língua alivia em parte a situação dos sírios que chegam ao território libanês.
“O que não acontece com quem chega à Grécia, à Macedônia, à Alemanha. Mas o Líbano é visto por estes fluxos de refugiados como um local de passagem. A grande maioria não deseja permanecer ali”, aponta Resende.
Em relação aos imigrantes árabes que vieram ao Brasil, a professora avalia que sua adaptação não foi problemática. “Tanto que em qualquer lanchonete que você entra, há quibes e esfihas para vender. Isso mostra que a presença [árabe] não causa estranhamento [aos brasileiros]”, lembra.
No caso dos sírios, porém, ela ressalta que ainda falta apoio do governo brasileiro. “O Ministério das Relações Exteriores concede refúgio, mas a vinda para refazer a vida aqui não é fácil. Até que eles regulamentem sua situação no País, eles ficam dependentes de ONGs”, explica.
Serviço
Primeiro Seminário Internacional Brasil-Líbano
Dia 25 de novembro, a partir das 08h30
Local: Universidade Candido Mendes (auditório, sala 507)
Rua da assembleia, 10 – Centro – Rio de Janeiro
O evento é gratuito e aberto ao público
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