Ele falou ao Estado de Minas e se mostrou triste e chocado com aquela que considera a maior catástrofe ambiental da história do Brasil
postado em 16/11/2015 06:00 / atualizado em 16/11/2015 07:33
O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado estava na China quando ocorreu o rompimento das barragens da Samarco e só chegou ao Brasil na noite do dia 10. No mesmo dia, segundo ele, começou a elaborar um projeto para ajudar na recuperação do Rio Doce, que ele considera o “rio de sua vida”. Salgado nasceu em Aimorés, uma das cidades atingidas pela lama. E foi de sua terra natal – onde ele criou em 1997, o Instituto Terra, ONG ambiental que tem, inclusive, parceria com a Vale – que ele falou ao Estado de Minas e se mostrou triste e chocado com aquela que considera a maior catástrofe ambiental da história do Brasil.
Qual a impressão que você teve ao ver o Rio Doce?
Quando a gente vê fotos ou pela TV, não tem noção do que é realmente. Mas aqui, pessoalmente, estou chocado. É terrível ver a água avermelhada, como se fosse um gel, os peixes mortos. É uma morte biológica brutal. Nunca ia imaginar que no rio em que nadei tanto na minha infância, hoje não consigo nem colocar a mão.
Em que consiste a proposta e recuperação do rio que você apresentou para os governadores de Minas e Espirito Santo e para a presidente Dilma?
O Instituto Terra é a única instituição no vale com projetos voltados para o Vale do Rio Doce. A proposta prevê a criação de um fundo com recursos financeiros subsidiados pelas empresas responsáveis pelo desastre, que possibilite, além da recuperação de nascentes, absorver todos os investimentos e ações destinados à reconstrução das condições ecológicas, bem como gerar recursos contínuos para projetos sociais, econômicos e de geração de emprego e renda em toda a região que constitui essa bacia hidrográfica. O fundo deve permitir a criação de um patrimônio perpétuo para promover uma grande transformação no Vale do Rio Doce. E a presidente se mostrou completamente receptiva a essa proposta.
Diante do que viu acha que é possível o Doce voltar a ser o rio da sua infância?
Essa recuperação vai levar uns 20, 30 anos, e acho que ele vai voltar sim a ser um rio tão bom como foi quando eu era criança. Provavelmente vai ser no fim da minha vida, já que estou com 71 anos, mas para isso é necessário uma enorme ética com relação a aplicação desses recursos do fundo. Ele tem que ser um fundo publico e com participação civil. Daí a importância do Ministério Público ficar em cima.
O que achou da cobrança de a internautas com relação a um posicionamento seu sobre essa tragédia?
Essa coisa do imediatismo é impressionante. Como eu poderia fazer uma proposta séria a partir do nada. Não é porque houve um acidente que a gente tem que sair falando pelas orelhas. Tem que haver um tempo mínimo de raciocínio
Qual a impressão que você teve ao ver o Rio Doce?
Quando a gente vê fotos ou pela TV, não tem noção do que é realmente. Mas aqui, pessoalmente, estou chocado. É terrível ver a água avermelhada, como se fosse um gel, os peixes mortos. É uma morte biológica brutal. Nunca ia imaginar que no rio em que nadei tanto na minha infância, hoje não consigo nem colocar a mão.
Em que consiste a proposta e recuperação do rio que você apresentou para os governadores de Minas e Espirito Santo e para a presidente Dilma?
O Instituto Terra é a única instituição no vale com projetos voltados para o Vale do Rio Doce. A proposta prevê a criação de um fundo com recursos financeiros subsidiados pelas empresas responsáveis pelo desastre, que possibilite, além da recuperação de nascentes, absorver todos os investimentos e ações destinados à reconstrução das condições ecológicas, bem como gerar recursos contínuos para projetos sociais, econômicos e de geração de emprego e renda em toda a região que constitui essa bacia hidrográfica. O fundo deve permitir a criação de um patrimônio perpétuo para promover uma grande transformação no Vale do Rio Doce. E a presidente se mostrou completamente receptiva a essa proposta.
Diante do que viu acha que é possível o Doce voltar a ser o rio da sua infância?
Essa recuperação vai levar uns 20, 30 anos, e acho que ele vai voltar sim a ser um rio tão bom como foi quando eu era criança. Provavelmente vai ser no fim da minha vida, já que estou com 71 anos, mas para isso é necessário uma enorme ética com relação a aplicação desses recursos do fundo. Ele tem que ser um fundo publico e com participação civil. Daí a importância do Ministério Público ficar em cima.
O que achou da cobrança de a internautas com relação a um posicionamento seu sobre essa tragédia?
Essa coisa do imediatismo é impressionante. Como eu poderia fazer uma proposta séria a partir do nada. Não é porque houve um acidente que a gente tem que sair falando pelas orelhas. Tem que haver um tempo mínimo de raciocínio
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