Asscom/Sesa
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O exame é disponibilizado em maternidades da rede pública. |
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatra
indicam que, em cada mil bebês nascidos
vivos, de oito a dez podem apresentar
malformações congênitas e, desses,
dois podem apresentar cardiopatias graves,
em que há a necessidade de intervenção
médica o mais rápido possível.
Recentemente, o Ministério da Saúde
incorporou o exame de oximetria de
pulso, mais conhecido como Teste do
Coraçãozinho, como parte da triagem
neonatal em todo o Sistema Único de
Saúde (SUS). No Espírito Santo, o teste já
é oferecido.
O exame é capaz de detectar precocemente cardiopatias graves e diminui o percentual
de recém-nascidos que recebem alta sem o diagnóstico de problemas que podem
levar ao óbito ainda no primeiro mês de vida.
Segundo a cardiologista pediátrica Sônia Rabello, o procedimento, preconizado
pela Sociedade Brasileira de Pediatria e agora incorporado pelo Ministério da Saúde,
é apontado como essencial para o diagnóstico precoce de cardiopatia congênita crítica.
Isso porque ele funciona como uma triagem dos bebês que têm o risco de ter uma
doença cardíaca grave.
O teste é feito com um aparelho chamado oxímetro de pulso. Os sensores são colocados
na mão direita e em um dos pés do bebê para medir a concentração de oxigênio no sangue
arterial da criança. Aquelas que apresentarem alterações são encaminhadas para
exame mais específico, o ecocardiograma, em até 24 horas, no próprio hospital,
para diagnóstico e tratamento.
O exame é indicado para ser realizado em todos os recém-nascidos com mais de
34 semanas de idade gestacional. Além disso, é importante que seja feito entre
24 e 48 horas após o nascimento. Isso porque, no primeiro dia de vida, algumas
alterações no organismo do recém-nascido podem atrapalhar o resultado. Após
as primeiras 24 horas e até o segundo dia de vida, o risco de erro diminui de forma
significativa, mas o período ainda é considerado seguro para o diagnóstico
das cardiopatias críticas.
A médica explica, ainda, que o exame que dá alterado, após uma hora é repetido
para confirmar o resultado. Só então, a criança é encaminhada para exame
mais específico, o ecocardiograma, para diagnóstico mais preciso e tratamento
adequado. O ecocardiograma é feito com aparelho de ultrassonografia, que mostra
a anatomia e funcionamento do coração. Através dele, é possível detectar
qualquer defeito cardíaco congênito.
A médica ressalta que a especificidade do Teste do Coraçãozinho é de 99%, o que
significa que, quando dá negativo, praticamente descarta a possibilidade de
doenças cardíacas graves. Ao mesmo tempo, a cardiologista tranquiliza os
pais em caso de resultado positivo. Segundo ela, nem todo Teste do
dado como positivo tem o resultado confirmado. Estudos realizados
comprovam que 25% das crianças enviadas para o ecocardiograma não
possuem malformação no órgão.
Fique por dentro
– 10% das mortes infantis são causadas por doenças cardíacas.
– 30% a 40% das mortes infantis por malformação em algum órgão do corpo
humano se referem a problemas no coração
O teste do Coraçãozinho
– O exame é simples, não invasivo, e não causa dor. É realizado pelo pediatra
na maternidade para detectar doenças cardíacas graves, que podem provocar a
do bebê ainda no primeiro mês de vida.
Doenças cardíacas congênitas graves
– Transposição das grandes artérias (as grandes artérias aorta e pulmonar nascem
em posições trocadas) – Atresia da válvula pulmonar (o bebê nasce sem a válvula pulmonar, responsável
por levar sangue do coração até o pulmão) – Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (estrutura do lado do esquerdo não se
desenvolve. É o lado esquerdo que bombeia sangue para o corpo)
Obs: Estes são exemplos de cardiopatias que exigem uma intervenção cirúrgica
precoce para manter a circulação normal do sangue entre o pulmão, coração
e o corpo da criança.
Nesses casos, há medicações e procedimentos hemodinâmicos (cateterismo cardíaco)
que podem ser aplicados para manter a vida da criança e estabilizá-la até a realização
da cirurgia para corrigir a malformação.
As condutas são diferenciadas para cada caso. Alguns exigem cirurgia imediata.
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