Com o objetivo de levar às regiões socialmente vulneráveis ações de cidadania e combate à violência ecriminalidade o Governo do Espírito Santo lançou há dois anos o Programa Estado Presente. O foco éconcentrar esforços de todas as secretarias de governo nas áreas de educação, saúde, cidadania,esportes, lazer, cultura, segurança, além de qualificação profissional e novas oportunidades deemprego e renda.
Com o trabalho feito em parceria com diversas secretarias e autarquias do Governo, esse objetivo vemsendo alcançado. Visto que as ações que vem sendo realizadas nas regiões de alta vulnerabilidadesocial tem alcançado elevados índices na redução da violência.
A Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) é umas das parceiras do programa, e há um anoimplementou cinco Núcleos de Inclusão Musical da Região Metropolitana da Grande Vitória, queatendem a crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade e risco social.
As regiões/escolas que são atendidas pelo programa são: Escola Mário Gurgel, em Terra Vermelha, Vila Velha; Ewerton Montenegro em Nova Bethânia, Viana; Escola Zaira Manhães de Andrade, em Nova Rosa da Penha I, Cariacica; Escola Vila Nova de Colares, em Vila Nova de Colares, na Serra; eEscola Elza Lemos Andreata, no bairro São Pedro, em Vitória.
As ações só estão sendo possíveis por meio de uma parceria entre a Fames, a Secretaria de Estadoda Cultura (Secult) e a Secretaria de Estado da Educação (Sedu). O diretor da Fames, Erlon JoséPaschoal, fez questão de apontar dados importantes dos Núcleos, “até o momento, foi realizado uminvestimento de aproximadamente R$ 800 mil com pessoal e compra de mais de 1600 instrumentos,tendo ultrapassado a marca de 3.000 pessoas diretamente beneficiadas com o ensino da música, e 15apresentações dos grupos musicais formados nas escolas”, ressaltou.
Erlon comentou ainda sobre a importância da música como elemento transformador. “A arte e a música têm uma força transformadora do cidadão e da convivência social, e sem dúvida contribuirão para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e de um cidadão mais completo”.
Talentos descobertos pelos Núcleos
Nesse um ano dos Núcleos de Inclusão Musical da Grande Vitória como parte do programa Estado Presente, alunos e professores já conseguem mostrar bons resultados com o projeto que é oferecido para os membros da comunidade e seu entorno. Nesse período os professores descobriram alguns alunos com talento e os incentivaram a entrar na Fames.
Segundo a professora da Fames e do Núcleo de Inclusão de Vila Nova de Colares, no município da Serra, Vanessa Abreu, o projeto está colhendo os frutos do investimento. “Hoje já conseguimos fazer uma triagem de alunos realmente interessados em seguir a carreira de músico e orientá-los para que tenham a música como profissão. Essa seleção é feita tomando como principio o interesse e a responsabilidade do aluno com as aulas e os instrumentos, a partir daí nós o encaminhamos para a Fames, para uma avaliação e se aprovado, o aluno tem a oportunidade de frequentar o curso de Iniciação Musical. Recentemente descobrimos alguns talentos que hoje estão estudando na Fames, entre eles o Allan, que está se dedicando à flauta transversa”.
Allan Eduardo dos Santos Conrado tem 13 anos, é morador do município da Serra e sempre gostou de música. Entrou no Núcleo de Inclusão Musical interessado nas aulas de violão, mas passou por diversos instrumentos. “O Allan foi meu aluno, e durante um trabalho com as classes de flauta doce e xilofone, ele mostrou bastante interesse e facilidade em executar as músicas e os ritmos”, ressalta a professora Vanessa.
O interesse de Allan pela flauta aconteceu após o flautista e professor Ariel da Silva Alves, que na escola dá aulas de Teoria Musical, fazer uma apresentação com sua flauta transversa para os alunos. “Em uma aula posterior a essa apresentação, o Allan me falou que havia gostado muito do dia em que me apresentei para eles, e que em um momento em casa começou a se lembrar do som da flauta e começou a chorar por ter achado o som muito bonito”, lembra o professor Ariel.
“Ouvir a flauta transversa despertou em mim uma coisa que nem sei descrever com palavras”, relata o aluno. Foi a partir daquele momento que Allan decidiu pesquisar e estudar o instrumento e seu som por meio de livros e vídeos. “Um dia pedi ao professor Ariel para que tocasse a flauta para mim, e fiquei prestando atenção no som e no sistema de toques do instrumento, e então decidi que construiria uma flauta transversa para mim”, relembra o dedicado Allan.
E assim Allan seguiu determinado a ter a sua própria flauta transversa. “Um dia cheguei em casa e fui ao quintal procurar um pedaço de cano de PVC que poderia virar a minha flauta, foram necessárias três tentativas até chegar ao ponto ideal para que eu conseguisse tirar dela um som aproximado com o original”, relata.
Algumas semanas depois de seu primeiro contato com a flauta transversa, Allan procurou o professor Ariel e disse que havia construído uma flauta. “Eu claro, achei que ele tivesse feito de qualquer jeito, mas me surpreendi porque a flauta era tão perfeita, o formato muito semelhante ao real, inclusive com um porta lábio. Eu tentei tocar e consegui tirar alguns sons arranhados”, disse o professor, que ainda perguntou ao Allan se ele sabia tocar, afinal, não tinha nenhum acompanhamento no instrumento, e quando ele começou a tocar, a surpresa foi ainda maior, pois ele começou a tocar a música tema do filme Titanic”, relata o professor.
“Eu como flautista fiquei surpreso, pois um aluno demora normalmente duas a três semanas para tirar som de uma flauta, e o Allan construiu a flauta e em pouco mais de duas semanas estava conseguindo tocar uma musica inteira, ai percebemos mesmo o quão talentoso ele é, diria até que ele é uma promessa da música”, ressalta emocionado o professor.
Na primeira vez que Allan se apresentou com sua flauta transversa feita de cano de PVC, ele emocionou uma plateia composta por alunos, professores, funcionários da escola. Além do professor de flauta transversa Ariel Silva, que se identificou com a história de curiosidade e empenho do jovem e acabou o presenteando com uma flauta transversa.
Recentemente, Allan passou a fazer parte do corpo discente da Fames, ele foi convidado pela instituição e seus professores a entrar no curso de Iniciação Musical, onde está tendo aulas teóricas e específicas de flauta transversa. “Estou muito orgulhoso por estar na Fames, sempre quis isso. Quero estudar, pesquisar, me especializar e trabalhar com música. O projeto me deu esta oportunidade de realizar meu sonho”, conta emocionado o menino Allan.
Maria dos Santos Conrado, avó do Allan, diz que a família toda está muito orgulhosa do menino, e grata pelas ações que o programa Estado Presente vem realizando nos bairros. “Recebemos o projeto com muita alegria, pois esse tipo de trabalho nos deixa mais tranquilos, pois sabemos que nossos filhos e netos estão sendo acompanhados e ocupados somente com coisas boas”, relata a avó orgulhosa.
Além do Allan, os Núcleos de Inclusão Musical levaram para a Fames mais seis alunos, com especialização em diversas modalidades musicais, entre os quais piano, violino e canto.
Informações à Imprensa Assessoria de Comunicação da Fames Daniela Ramos / Zu Coelho daniela.ramos@fames.es.gov.br / zu.coelho@fames.com.br 3636-3611
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