quinta-feira, 27 de junho de 2013

Homens condenados pela lei Maria da Penha negam que tenham violentado mulheres - VITÓRIA


Samira Gasparini
Mulher de costas
Reuniões na Semcid têm o objetivo de reduzir a violência praticada pelos homens contra as mulheres
Muitos dos homens que cumprem pena pela lei Maria da Penha não admitem que já bateram nas respectivas mulheres. Foi a essa conclusão que chegou o psicólogo da 11ª Vara Especializada em Violência Doméstica, Herlam Wagner Peixoto.
Durante o primeiro encontro com aqueles que já foram condenados por agredir as parceiras em casa, ele observou que eles negaram a violência. "A maioria não vê o ato cometido contra a parceira como violência. Desta maneira, o objetivo do projeto é oferecer um espaço de reflexão e pensamento, produzindo novas ferramentas e conceitos para o cotidiano, contribuindo para a redução do índice de violência contra a mulher em Vitória, que lidera o ranking das capitais brasileiras com maior número de casos de mortes de mulheres vítimas de violência", disse.
O projeto teve início no último dia 19 e contou com a presença de 12 homens. Segundo o psicólogo, todos os selecionados já passaram pelo regime prisional e estão em acompanhamento psicossocial. "No primeiro encontro, aplicamos um teste em que destacamos a concepção do termo 'machismo' e tentamos fazer com que eles refletissem sobre o que os motivou a cometer a violência contra a parceira", disse.
Nesta quinta-feira, profissionais da 11ª Vara Especializada em Violência Doméstica e da Coordenação de Atendimento às Vítimas de Violência e Discriminação (Cavvid) da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (Semcid) se reuniram para avaliar o primeiro encontro do grupo de formação para homens que cumprem pena segundo a lei Maria da Penha em Vitória.
Inicialmente, serão realizados cinco encontros temáticos, com a abordagem de temas como: significado do acompanhamento psicossocial, lei Maria da Penha, violência, relação amorosa, comunicação não violenta e rede do município, como explica a coordenadora da Cavvid, Lorena Padilha.
"Vimos a necessidade de trabalhar também com os autores de violência contra a mulher. O intuito é garantir que esse tipo de ação não aconteça em outros espaços", explicou Padilha.
A próxima reunião com o grupo de homens será no dia 4 de julho, às 17 horas, na Casa do Cidadão, em Maruípe. A previsão é de que uma nova turma tenha início no mês de agosto.

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