O projeto Gente de Alfredo Chaves, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Comunicação Social, foi até o bairro Macrina, na sede do município, entrevistar um personagem muito importante para a existência do jongo de São Benedito.
São 25 anos de dedicação ao jongo de São Benedito, mas seu Afonso Cardoso, 78 anos, conhecido popularmente como mestre Afonso, se apaixonou pela cultura trazida pelos escravos desde os seus 18 anos. A cultura é marcante na cidade e se originou desde a fundação do bairro.
Hoje seu Afonso está aposentado, mas sempre trabalhou nas lavouras da região desde os sete anos. “Lembro como se fosse hoje, quando tinha sete anos, vindo da escola, meu pai me esperava em casa com uma foice para, após o almoço, ir com ele trabalhar na lavoura”.
O seu primeiro contato direto com o congo foi há 25 anos, quando vindo do trabalho, no Dia de São Benedito, parou para assistir uma apresentação no barracão que existe até hoje no bairro Macrina. “Parei, fiquei olhando e pedi para tocar o tambor. Depois daquele dia fui gostando cada vez mais e estou até hoje”, disse.
Ele conta que daquele dia em diante sempre se dedicou para a cultura não morrer. Ele mesmo compõe alguns dos versos que são entoados durante a apresentação e não arrisca em quantificar. “Já fiz muito versos. Estou em casa fico pensando nas rimas, cantando e depois anoto em um caderno que tenho até hoje”, conta.
Afonso conta também que depois de anos de dedicação foi condecorado a capital do jongo e em 2011 foi engrandecido com o prêmio de reconhecimento que o concedeu o título de mestre de cultura popular do Espírito Santo pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult).
O jongo de São Benedito já tem mais de cem anos de existência e é organizado pela comunidade do bairro Macrina. Além de realizar lindas apresentações na cidade nos dias de São Benedito e São Sebastião, participa de eventos em outras cidades do Estado e já foi premiado pelo Ministério da Cultura e pela Secult. O grupo é formado em sua maioria pelos jovens, moradores do bairro com acompanhamento do mestre e de Maria Helena Cardoso.
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