quinta-feira, 25 de junho de 2015

Orientação e manejo adequado para recuperação de áreas degradadas

Incaper
Sulcos formados pela degradação das pastagens 
25/06/2015 - 09h46min

O Espírito Santo possui 1,3 milhão de hectares de pastagens, com um rebanho aproximado de 2,2 milhões de cabeças. A pecuária, seja de corte ou de leite, é uma das principais atividades econômicas do Estado e possui um rol de oportunidades e desafios que envolvem tanto o setor produtivo quanto o público. A sustentabilidade da atividade é um dos principais aspectos a serem trabalhados. Mais de 15% das pastagens capixabas, ou 200 mil hectares, possuem algum grau de degradação.

O Estado possui, aproximadamente, 393 mil hectares de terras agrícolas degradadas, o equivalente a 8,6% do território capixaba. Como recuperar essas áreas? Como evitar a degradação dos solos? As respostas passam por orientação, manejo adequado e absorção de novas tecnologias de produção sustentáveis. 

Orientação e novas tecnologias. Instrumentos de trabalho que vêm sendo cada vez mais utilizados pelas equipes técnicas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). Segundo o subsecretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário, Marcelo Suzart, a degradação acontece, na maior parte das vezes, devido à forma equivocada em que são feitos o manejo de recuperação e a manutenção das pastagens, especialmente nas pastagens de encosta, ou seja, nas regiões montanhosas.

De acordo com o subsecretário, para a recuperação ou renovação de uma pastagem que perdeu o seu vigor, e se apresenta com alta infestação de plantas indesejáveis (ervas e arbustos), pode-se utilizar desde o manejo adequado do solo e as boas práticas agrícolas, como o preparo em faixas, adubações corretas, manutenção da matéria orgânica, cultivo mínimo, até o uso de obras físicas de contenção de barreiras, aliadas com práticas vegetativas de controle de erosão, no caso de elevada degradação com sulcos profundos e voçorocas”, explica.

Em muitos casos, segundo Suzart, é possível utilizar o reflorestamento econômico ou ambiental (reserva legal), como uso mais apropriado para a recuperação dessas áreas devido a sua aptidão ou vocação natural. Também pode-se adotar sistemas integrados de produção, onde as linhas de plantio em nível componente arbóreo servem como barreiras contra a perda de solo. 

Segundo Marcelo Suzart, o produtor costuma eliminar as plantas indesejáveis fazendo o uso da aração morro abaixo. Associado a este preparo do solo incorreto e não recomendado, provavelmente a escolha da espécie forrageira, aquisição de sementes, correção dos teores de cálcio e magnésio, adubação de formação e cobertura e adubação de manutenção, não foram feitas de forma apropriada para a recuperação desta pastagem. “Em consequência disso, a semente não encontra um ambiente adequado e, com a chuva, o solo vai ficar exposto e levar todos os nutrientes embora”, completa. 

De acordo com coordenador da área de pecuária do Incaper, João Anselmo Molino, a degradação das pastagens também é causada pelo excesso de animais em algumas áreas, pela má distribuição das cercas que dividem as pastagens, por espécies forrageiras (capim) não adaptadas àquele ambiente, bem como por cochos de saleiros e bebedouros mal distribuídos. 

“Nossos técnicos instruem os produtores quanto à formação e à recuperação de suas áreas, bem como à utilização intensiva dessas terras, a partir de um projeto técnico de divisão da pastagem em piquetes, com adubação e irrigação das mesmas”, ressalta o pesquisador do Incaper. 

Cedagro

Os dados que dimensionam a degradação das pastagens no Espírito Santo são do Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), de 2012. Um problema que não é exclusivo do Estado. Estima-se que cerca de 20% das pastagens mundiais, naturais e plantadas, estejam degradadas ou em processo de degradação, sendo essa proporção pelo menos três vezes maior nas regiões mais áridas do planeta. 

Assessoria de Comunicação do Incaper
Juliana Esteves – juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Tatiana Caus – tatianacaus@seag.es.gov.br
Texto: Tatiana Caus e Daniel Simões
Telefones: (27) 3636-3673/ (27) 3636-3689/ (27) 3636-3659/ (27) 98849-6999

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