terça-feira, 23 de junho de 2015

Saúde orienta sobre o momento certo de levar a criança ao pronto-socorro


Antes de decidir levar o filho ao hospital, é importante que os pais observem o contexto em que os sintomas se manifestam. Tosse e febre, por exemplo, queixa de muitos pais quando vão aos prontos-socorros dos hospitais infantis, nem sempre são indicativos de que a criança precisa ser atendida nessas unidades de referência para casos de urgência.
A pediatra do Hospital Estadual Infantil de Vitória Patrícia Saraiva orienta que os casos para atendimento infantil em pronto-socorro podem ser relativos, por isso é necessário que as crianças façam acompanhamento regular em unidades de saúde. “Nos postos de saúde, as mães devem receber orientação sobre saúde preventiva, para que ela também possa identificar em casa sinais de alerta e saber como agir caso eles apareçam”, acrescenta.
Segundo a pediatra, os prontos-socorros e pronto atendimento devem ser procurados em caso de febre alta por mais de três dias, ou antes disso, se a febre vier acompanhada por sinais de alerta como irritabilidade intensa, sonolência, prostração fora dos períodos de febre, vômitos em jato ou febre que não cessa com o uso de antitérmicos. Também merecem ser avaliadas em um hospital ou pronto atendimento situações como traumas; fraturas; acidentes; sangramentos; cortes profundos; dores abdominais fortes que duram mais de três dias; nível de consciência alterado; desidratação e dificuldade de se alimentar; e frequência respiratória elevada.
Mas, se a criança não se enquadra nessas situações, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde mais próxima da residência. No entanto, se antes da avaliação de um profissional da unidade de saúde os sintomas se agravarem ou se encaixarem nos já citados, a indicação é procurar o pronto-socorro ou pronto atendimento, principalmente durante os finais de semanas, dias em que as unidades de saúde não funcionam. 
De acordo com a médica, crianças portadoras de doenças crônicas, como câncer, anemia falciforme, fibrose cística, diabetes ou que são HIV positivas, em caso de febre, devem ser levadas ao pronto-socorro com menos de três dias. “Não é preciso esperar que a criança apresente outros sintomas. Nesses casos, com o aparecimento da febre, os pais devem levá-las ao pronto-socorro para uma triagem infecciosa”, disse a pediatra.
A tosse, segundo Patrícia Saraiva, também é um dos principais motivos pelos quais as crianças são levadas ao pronto-socorro. No entanto, a tosse deve ser tratada em um pronto-socorro se é acompanhada de frequência respiratória elevada, vômito frequente e/ou falta de ar. “A tosse pela tosse não é um sintoma de pronto-socorro. Ela precisa estar associada a outro sintoma. O pronto-socorro deve ser procurado também quando não há possibilidade de se fazer um tratamento em casa e a criança precisa estar internada e receber atendimento hospitalar”, explica a pediatra.
Atenção primária
Segundo a coordenadora da Atenção Primária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Simone Barni, a unidade básica de saúde deve ser o contato preferencial da população com a saúde, uma vez que essas unidades são a principal porta de entrada e o centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde.
“A equipe de profissionais das unidades de saúde tem competência para a resolução da maioria das intercorrências, cabendo a estes também o encaminhamento e referência para serviços mais especializados ou de atendimento emergencial, conforme diagnóstico e classificação de risco”, explica a coordenadora.
Ainda de acordo com Simone, somente os casos em que os profissionais da unidade básica de saúde entenderem e classificarem como urgente devem ser encaminhados para o pronto-socorro.
 Quando procurar um pronto-socorro ou pronto atendimento
- Febre alta por mais de três dias ou acompanhada de outros sintomas;
- Traumas;
- Fraturas;
- Acidentes;
- Sangramentos;
- Cortes profundos;
- Dores abdominais fortes por mais de três dias;
- Nível de consciência alterado;
- Vômito que não foi curado por alguma medicação;
- Desidratação;
- Dificuldade de alimentação;
- Frequência respiratória elevada;
- Convulsões pela primeira vez ou que durem mais de quatro minutos;
- Comer ou engolir remédios ou outras substâncias prejudiciais (objetos, produtos de limpeza, venenos).

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