Asscom/Sesa
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Além da palestra para as servidoras, outros encontros estão sendo realizados com o objetivo de levar informação e de alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. |
O que é câncer de mama, como ele surge, quais
são as formas de tratamento, quais exames
podem diagnosticar a doença, o que fazer para
preveni-la. Essas foram algumas das
questões abordadas pelo médico Luiz
Augusto Fagundes, referência técnica em oncologia
da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em
um encontro com servidoras na manhã desta
terça-feira (20).
O médico ressaltou que o câncer de mama
representa 20% dos casos de câncer nas mulheres,
que também são muito afetadas pelo
câncer de intestino e pelo câncer de colo do útero.
Ele comentou que ainda hoje, apesar de todas
as campanhas de orientação e
conscientização, encontram-se casos de
câncer de mama em estágio avançado, o que
reduz as possibilidades de cura.
“Um dos empecilhos para a o diagnóstico precoce ainda é a vergonha. A mama é um
órgão escondido, é tida, muitas vezes, como um órgão sexual, por estimular o prazer.
Mas a mama não é um órgão sexual, é um órgão destinado à alimentação dos filhos.
Muitas mulheres ainda adiam consultas porque têm receio de deixar um médico tocar sua
mama para fazer o exame clínico; se a mulher começa a perceber que tem algo errado
com a mama, já não mostra mais para o marido, que poderia apoiá-la. Mas se a mulher
não deixar a timidez de lado, não vamos conseguir cuidar dela a tempo”, argumentou.
De acordo com o médico, cada milímetro que o tumor cresce significa 1% menos chance de
cura para o câncer. E se a doença for diagnosticada logo no início, a possibilidade de cura
passa de 90%. Ele enfatizou que o risco de desenvolver câncer de mama é maior em
mulheres com mais idade. Entre 40 e 50 anos, as chances são de um caso a cada 69
mulheres; entre 50 e 60 anos, um para 42 mulheres; e entre 60 e 70 anos, um para 29
mulheres.
Isso não significa, segundo ele, que mulheres mais jovens não desenvolvam câncer. Apesar
de a mamografia estar recomendada no Sistema Único de Saúde (SUS) para aquelas que
têm entre 50 e 69 anos, é importante as mulheres buscarem acompanhamento médico na
unidade de saúde porque, caso existam fatores de risco importantes ou ocorra
alguma manifestação suspeita na mama, o médico poderá solicitar exames.
É o que acontece com a servidora Luciana Abreu da Fonseca, de 45 anos. Desde os 35 ela
faz mamografia e ultrassonografia porque todas as tias dela, por parte de mãe, morreram
em decorrência de câncer, o que a torna muito mais vulnerável. “Gostei muito da
palestra. Momentos assim são importantes para esclarecer dúvidas e conscientizar”,
comentou a servidora, que disse estar sempre atenta.
Margareth Soares Elias, de 52 anos, passou por uma cirurgia, no ano passado, para
retirada de um ducto mamário. Ela percebeu que havia algo errado com a mama direita
quando certo dia tirou a sutiã e viu que ele estava molhado bem na região do mamilo.
Passando a observar, constatou que uma secreção incolor escorria espontaneamente. A
logo procurou um médico, que solicitou exames e constatou uma lesão no ducto mamário.
“Eu faço mamografia regularmente, mas o exame nunca acusou nada. Não sei se o
problema surgiu naquele momento ou se passou despercebido. Posso ter pensado, em
outros momentos, que era apenas suor. Eu não tinha o hábito de olhar meu corpo no
espelho. Hoje eu me observo, até mesmo porque me preocupo muito com o outro seio”,
conta.
O médico Luiz Augusto Fagundes lembra que a mamografia é um exame muito importante,
assim como o exame clínico feito pelo profissional de saúde ou a ultrassonografia, que
também pode ser solicitada em alguns casos. Mas ele diz que ainda mais importante
são as consultas regulares e o cuidado com o corpo.
“Outubro Rosa não é um mês de mutirão de mamografia. Essa não é a política da Secretaria
de Estado da Saúde do Espírito Santo nem do Ministério da Saúde. Queremos que as
mulheres conheçam seu corpo e entendam que ele precisa de cuidados. Mais do que
diagnosticar precocemente o câncer de mama, queremos evitar que ele surja. Para isso, ter
uma alimentação saudável, sem corantes, sem conservantes, livre de produtos
industrializados, com mais frutas, legumes e verduras, fazer atividade física, perder peso,
deixar de ingerir bebida alcoólica e não fumar são atitudes de prevenção”, conclui o médico.
Dados
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 990 novos casos de câncer de mama
devem ser registrados no Espírito Santo em 2015. Sabe-se que mulheres entre 50 e 69
anos são naturalmente mais propensas a desenvolver a doença, razão pela qual elas
compõem o principal público-alvo das ações de saúde.
Das 1.262 mulheres que morreram em decorrência do câncer de mama no Espírito Santo
entre 2010 e 2014, 46,67% estavam dentro dessa faixa etária. Os demais óbitos
foram registrados em mulheres com idade entre 40 e 49 anos (19,25%); 70 e 79 anos
(13,78%); 80 anos ou mais (12,59%); 30 e 39 anos (6,81%) e 20 e 29 anos (0,87%).
No primeiro semestre deste ano, foram registrados 131 óbitos por câncer de mama no
Estado. Desse total, 47,32% eram mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.
Programação
Além da palestra ministrada para servidoras, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio da
Área Técnica de Promoção da Equidade e em parceria com a Associação Feminina de
Educação e Combate ao Câncer (Afecc), está realizando encontros, em razão do Outubro
Rosa, para levar informação, esclarecer dúvidas e alertar as mulheres sobre a
importância da prevenção e da realização de exames de rotina.
No dia 14 de outubro, foi realizado um encontro na colônia de pescadores no
município de Anchieta, e na próxima segunda-feira (26) serão realizadas palestras para
o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) na sede da
Secretaria de Estado da Saúde, na Enseada do Suá, em Vitória, e para a população de
matriz africana na Casa de Mãe Leida de Oxum, em Campo Grande, Cariacica. E no dia
09 de novembro acontecerá um encontro na comunidade quilombola de Guarapari.
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