sexta-feira, 2 de maio de 2014

Festa de Santa Cruz é tradição nas montanhas alfredenses



Por ser um dos municípios mais católicos do Estado, é comum observar em Alfredo Chaves construções religiosas em vários locais. Para evidenciar a fé, os moradores não medem esforços e altura. Há edificações nas montanhas alfredenses que somente abrem uma vez por ano e guardam tradições interessantes.  É o caso da comunidade de Santa Luzia do Ipê, que realiza amanhã (03) a Festa de Santa Cruz.
A comunidade fica a 27 km da sede do município. Exatamente a 977 metros de altitude há uma pequena capela e um cruzeiro em homenagem a Santa Cruz. De lá, dá para avistar diversas comunidades, parte do litoral Sul e das montanhas capixabas. A festa iniciar a partir das 10h, com missa presidida pelo padre Diego Carvalho. Em seguida, será realizado almoço comunitário, distribuição de vinho – seguindo uma antiga tradição, e leilões.

Segundo o agricultor Rafael José Fávero, 21 anos, a história começou há cinquenta anos, quando seu bisavô, filho de italiano legítimo, construiu na montanha uma cruz de madeira para servir como uma espécie de ‘amuleto religioso’ a fim de proteger toda comunidade de raios, tempestades e pragas nas lavouras. “Ele era muito religioso e temia estragos com as tempestades”, lembrou Fávero.

Desde a construção, em 03 de maio de 1964, o local recebe visitas todos os anos de romeiros da localidade e região, onde celebram e se confraternizam. A cruz de madeira foi substituída por uma de alvenaria e em 2011 a família, com apoio da comunidade, resolveu edificar uma capela, que no mesmo dia, todos os anos, é aberta para a realização de uma missa.

Conforme o agricultor, a comunidade possui ainda uma antiga tradição que gira em torno do morro da cruz. Todos os anos são enterradas garrafas de vinho no local. No dia da festa elas são desenterradas e o líquido é distribuído entre os participantes durante um almoço que acontece após a celebração. “É uma tradição muito interessante que ainda conservamos, no dia da festa, procuramos até achar os locais prováveis onde as garrafas do ano anterior foram desenterradas. Depois de desenterrá-las, servimos todos durante um almoço que a comunidade oferece aos romeiros.
Além de guardar fé e tradições, o local possui um dos mais belos visuais das montanhas capixabas. Sem energia elétrica, tudo é improvisado para a realização dos festejos que duram todo o dia.

Para o pároco do município, o padre Diego Carvalho, a manifestação de fé dos alfredenses é muito presente nas comunidades e está ligada a imigração. “A fé do povo de Alfredo Chaves, é marcada por três sinais vivos e perenes: a história, a celebração e a comunhão. A história porque foi trazida e inserida no coração do povo pelos saudosos imigrantes italianos. A celebração porque mantém viva as tradições e renova a vida, e a comunhão porque em nossa cidade a fé é motivo de união e fortalecimento.”

Como chegar? Vindo da sede de Alfredo Chaves seguir até Ibituri (16km), depois são mais 11 km, indo em direção a Santa Maria do Engano e seguir até a comunidade de Santa Luzia do Ipê, depois é só subir a montanha, nesse trajeto a estrada é íngreme e estreita.





Dirceu Cetto
Secretaria de Comunicação Social
Tel.: 27 3269-2724 / 99965-1806

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