Adital
Panamenhos da comarca indígenas Ngäbe Buglé anunciaram que no próximo dia 1º de março retomarão o fechamento das ruas de maneira indefinida, se o Governo insistir em ignorar suas petições sobre a hidroelétrica Barro Blanco.
O coordenador do Movimento 10 de Abril, Ricardo Molina, informou que em dois dias realizarão um encontro para decidir com a população se querem que se realize a perícia ou a suspensão da obra hidroelétrica sobre o rio Tabasará (oeste).
Diante do cenário da possibilidade de que se reavive o conflito entre os Ngäbe Buglé e as autoridades de governo, a Igreja Católica, em sua qualidade de mediadora, lembrou que seu papel na mesa de diálogo é garantir um ambiente onde as partes possam conversar em iguais condições.
Através de um comunicado, a Igreja insistiu em sua vocação de ser promotora da cultura de paz e de buscar, através do diálogo, caminhos que permitam trabalhar nos consensos necessários para o desenvolvimento das comunidades.
A etnia indígena rechaça a postura do ministro de Governo, Jorge Ricardo Fábrega, quem insiste em que o diálogo concluiu, que não tem mais que negociar e apenas fica a espera de um veredito de uma perícia independente.
Também acusam o Executivo de descumprir a Lei 11 de proteção dos recursos minerais, hídricos e ambientais, que começou a vigorar em março de 2012 depois de um mês de discussões entre nativos e Governo.
A normativa ordena o cancelamento de todas as concessões para projetos mineiros, elimina a apropriação privada dos afluentes dentro do território ngäbe e estabelece que qualquer proposta hidroelétrica que toque total ou parcialmente os limites da comarca ou suas áreas anexas, deverá contar com o aval do pleno do Congresso Comarcal.
Os Ngäbe Buglé são o grupo de maior população, mais de 165 mil pessoas, entre as três etnias predominantes no Panamá, que rechaçam a construção de projetos hidroelétricos dentro de suas comarcas, as regiões anexas e territórios vizinhos.
A notícia é de teleSUR- La Estrella - Prensa Latina
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