Fortaleza - Adital
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará (Sindjorce), realizará nesta quarta-feira (27), às 19h, no auditório, a solenidade de instalação da Comissão da Verdade dos Jornalistas do Ceará, grupo responsável pelo levantamento dos casos de violações dos direitos humanos cometidos contra integrantes da categoria no Estado no período de 1964 a 1988. Durante o encontro, o presidente da Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Jornalistas Brasileiros, Audálio Dantas, lançará o livro "As Duas Guerras de Vlado Herzog".
A Comissão da Verdade dos Jornalistas do Ceará
A comissão cearense, composta pelos jornalistas Messias Pontes, Eliézer Rodrigues, Nazareno Albuquerque, Iracema Sales e Marilena Lima, tem a missão de realizar um amplo levantamento da história dos profissionais de imprensa vítimas da ditadura militar. Sua instalação integra o programa de comemorações dos 60 anos do Sindjorce.
Sobre o livro "As Duas Guerras de Vlado Herzog"
A obra se propõe a contar a trajetória do pequeno menino judeu que se transformou em uma das vítimas mais emblemáticas da ditadura militar no Brasil, relatando desde a fuga desesperada da família Herzog da Europa rumo ao Brasil ao suicídio de Vladimir, na carceragem do DOI-CODI, em São Paulo. O autor, Audálio Dantas, recorre a depoimentos e à apuração rigorosa dos fatos investigados enquanto presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, reconstituindo os detalhes da prisão de "Vlado” e levantando novas questões sobre a versão oficial da sua morte, recentemente desmentida pela Justiça.
Sobre o autor
Audálio Dantas nasceu em Tanque d`Arca (AL), em 8 de julho de 1932. Em 1954 começou como repórter da Folha da Manhã (atual Folha de S. Paulo). Foi redator e chefe de reportagem da revista O Cruzeiro. Compilou os diários de Carolina Maria de Jesus, o que resultou no livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. Foi editor de turismo e redator-chefe da revista Quatro Rodas. Na revista Realidade fez reportagens de grande repercussão. Presidiu o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, entre 1975 e 1978, onde conduziu os protestos pelo assassinato do jornalistas Vladimir Herzog. Foi eleito deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 1981, recebeu na ONU prêmio por sua atuação em defesa dos direitos humanos.
Entre 2005 e 2008, foi vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Muitas de suas reportagens foram também publicadas como livros, entre elas: O Circo de Desespero, Tempo de Luta – Reportagem de uma atuação parlamentar, Repórteres, O Chão de Graciliano (Prêmio APCA de 2007) e Tempo de Reportagem.
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