quarta-feira, 1 de março de 2017

ABELARDO MACHADO, texto de Helena Machado


Atendendo a sugestão de sua filha Ana Cláudia Machado Aarão

          Jovem ainda, Abelardo frequentava a Fazenda Independência, onde seu primo Gildo Machado era o administrador. Ele adorava roça e era muito prestativo. Minhas crianças cresceram desfrutando de sua companhia e o amavam. Certo dia o Abelardo chega com dois cabritinhos, um branco e outro preto. Uma gracinha. Era presente para os meninos. Eles mamavam na mamadeira que as crianças davam. Foram tempos de uma convivência rica e inesquecível. Em momentos importantes de nossas vidas, o Abelardo esteve sempre presente. Quando uma das minhas filhas esteve internada, aos três meses de idade, Abelardo passava as noites ao nosso lado à disposição para levar seus exames, para laboratório em outros estados. Uma viajem atrás da outra - Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo. De uma dedicação ímpar. Uma noite, me vendo com a minha bebê nos braços, teve uma visão mediúnica. Viu raios de luz sobre sua cabecinha. Após esta visão ela teve uma melhora que surpreendeu a todos. Nunca havia visto o Abelardo tão comovido. O tempo passou, minha filha sobreviveu e Abelardo amadureceu e casou. A última vez que estivemos com ele foi em um feriado na sua casa. Uma casa nova com piscina. Lembro-me ele falando com o Gildo: - "aprontei mais que você Gildo". "pode ser", ouviu de volta. Depois ele nos mostrou uma casinha, atrás da piscina e disse: "esta é para minha filha morar quando ela se casar. Quero ela morando aqui".

            Os anos se passaram e certa ocasião, eu estava parada com meu carro na porta do Banco do Brasil e o avistei ao longe. Chamei-o e pedi pra ele entrar no Banco e procurar seu primo Gildo e trazê-lo ao carro. Assim que ele se dirigiu ao Banco, ainda na calçada, um estampido se fez. Era um tiro de revolver que por pouco não o atingiu. Uma tragédia aconteceu e já relatei aqui. Antes de acertar o Gildo o tiro passou de raspão no Abelardo. Abelardo não foi atingido mas, nosso querido amigo não viveu muito. Ele nos deixou cedo, atropelado por ônibus no bairro do Guandu, centro da cidade. Perdemos um grande amigo. 
Abraços Fraternos,
Helena💕

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