terça-feira, 19 de julho de 2016

Incaper define ações para reduzir impactos da seca no café conilon

Incaper
Parte dos integrantes do curso do Programa de Renovação e Revigoramento do Café Conilon, no município de Nova Venécia.
15/07/2016 - 17h32min

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) concluiu, nesta sexta-feira (15), os cursos do Programa de Renovação e Revigoramento do Café Conilon, o “RenovarES”, realizado nos municípios de Nova Venécia e Linhares. Os cursos abordaram as técnicas de manejo mais adequadas diante das diferentes condições das lavouras, considerando os efeitos da maior seca que o Espírito Santo passou nos últimos 50 anos. Ao todo, 80 técnicos envolvidos com a atividade cafeeira foram treinados.

Com a seca, houve retrocesso no aumento de produção do conilon, que estava em processo contínuo de 5% ao ano. A redução da produção chegou a 50%, com a perda de cinco milhões de sacas de café, o que prejudicou economicamente e socialmente 64 municípios do Espírito Santo. 

Diante deste cenário, o Incaper estabeleceu 15 ações importantes para o enfretamento da questão. A primeira ação, de caráter urgente, foi a definição do que fazer com as diferentes situações e lavouras após a colheita da safra de 2016.

Ministrados pelos pesquisadores do Incaper, o coordenador estadual da cafeicultura, Romário Gava Ferrão, Aymbiré Fonseca e Abraão Carlos Verdin Filho e pela engenheira agrônoma e supervisora técnica da empresa Fertilizantes Heringer, Criciely Gomes, os cursos contemplaram a primeira ação, apresentando resultados mais imediatos com orientação aos produtores sobre ações diretas no setor cafeeiro. 

Foram dias intensos de conteúdos teóricos e práticos, envolvendo informações de como interferir nas lavouras dos produtores, visando à poda, calagem e adubação. Após análise das diferentes situações encontradas em lavouras do estado – irrigadas ou não irrigadas, e localizadas nas diferentes regiões, locais, propriedades e talhões – as decisões técnicas foram divididas em: poda programada de ciclo (PPC), recepa (corte da lavoura), ou arranquio com possibilidade de estabelecimento de novos plantios de café conilon após normalização de chuvas ou liberação da área para outros fins.

As demonstrações práticas foram realizadas em uma propriedade do produtor Jorge Merlim, em Nova Venécia e, em Linhares, na propriedade do cafeicultor José Leopoldo, próximo da Fazenda Experimental do Incaper, em Sooretama.

De acordo com a avaliação do diretor técnico do Incaper, Mauro Rossoni Junior, a iniciativa foi positiva e aconteceu em um momento muito oportuno. Além disso, a formação levará informações para a maioria dos cafeicultores de conilon do Estado. 

“Foi gratificante vivenciar a troca de informações com os nossos pesquisadores, que propuseram novas ideias e nivelaram o seu conhecimento com o suporte da extensão rural”, reforçou Mauro.
Romário Ferrão explicou que o momento é ideal para a realização dos cursos, já que a colheita se encerrou em julho, e é no mês de agosto que começa o ano agrícola do café. Esse é o período em que se inicia a poda, calagem e adubação. “Não há melhor momento para que os técnicos sejam novamente orientados e os produtores motivados a renovar as suas lavouras”, afirmou.

Carlos Verdim salientou que este foi mais um momento relevante para a cafeicultura do Espírito Santo. “Foi gratificante participar de um momento técnico de interação e discussão para o alinhamento das atividades entre os profissionais do Incaper e de outras instituições públicas e privadas”, disse.

“Na prática, pudemos identificar onde estão os perfis descritos na primeira ação, apresentando o tipo de poda mais adequada para os variados tipos de lavouras, diante das duas secas consecutivas no Espírito Santo. O reflexo do nosso esforço é minimizar os efeitos perniciosos trazidos com a seca”, explicou pesquisador do Incaper, Aymbiré Fonseca.

Romário Ferrão ainda reforçou que o caminho para enfrentar as mudanças climáticas é utilizar um conjunto de tecnologias desenvolvidas e adaptadas para o Espírito Santo. São elas: as variedades melhoradas, as mudas de boa qualidade, o adequado preparo e conservação do solo, a adubação e calagem de acordo com a análise do solo, a poda, o uso adequado da água e manejo da irrigação, a caixa seca, a quebra vento, a associação do café com outras culturas, entre outras tecnologias.

O programa surgiu a partir de reuniões entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag), juntamente com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), com o intuito de congregar lideranças do setor produtivo do café conilon e estabelecer procedimentos que pudessem minimizar os efeitos desta danosa ocorrência climática, orientando adequadamente os técnicos envolvidos com a atividade no estado.

O presidente do Incaper, Marcelo Suzart de Almeida, alertou que diante do cenário atual de crise hídrica, quem não produzir com sustentabilidade não conseguirá seguir na cafeicultura. “Mesmo com a estiagem, existem produtores que conseguiram manter as suas lavouras adotando as práticas adequadas”, completou.

O próximo curso está previsto para o início de agosto e vai capacitar 40 técnicos no sul do Espírito Santo. 



Juliana Esteves - juliana.esteves@incaper.es.gov.br
Tatiana Caus – tatiana.souza@incaper.es.gov.br
Vanessa Capucho - vanessa.covosque@incaper.es.gov.br
Texto: Tatiana Caus 
Tel.: (27) 3636-9865 / (27) 3636-9868
Twitter: @incaper Facebook: Incaper

Um comentário:

  1. Boa tarde!

    Eu acho que agora que esta tudo .... que vem aparecer, já era para ter feito um estudo de solo e locais onde tinha fontes de água e fazer proteção nas mesmas e nas marguem dos rios e etc ....

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