sexta-feira, 27 de março de 2015

Escola Aberta: seminário traz vivências e conquistas de 10 anos do programa em Vitória


Publicada em 27/03/2015, às 11h54 | Atualizada em 27/03/2015, às 17h24

Douglas Schneider
Seminário do Programa Escola Aberta
Abertura do Seminário Programa Escola Aberta: "Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?" aconteceu no auditório da PMV(Ampliar imagem)
Douglas Schneider
Seminário do Programa Escola Aberta
Secretária de Educação, Adriana Sperandio, frisou: "É preciso reconhecer que a escola também promove o desenvolvimento da comunidade"(Ampliar imagem)
A abertura do Seminário Programa Escola Aberta"Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?", na noite da última quarta-feira (25), no auditório da Prefeitura, foi marcada por depoimentos emocionantes de quem faz parte da iniciativa desde o início.
Vinte pessoas, entre diretores, oficineiros, coordenadores, articuladores e lideranças comunitárias, receberam das mãos da secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio, a placa comemorativa dos 10 anos do programa federal Escola Aberta em Vitória.
"O programa só tem efetividade porque nós temos diretores que abraçaram essa causa e reconhecem que educação não pode se restringir apenas ao processo de escolarização daqueles que estão matriculados na unidade de ensino. É preciso reconhecer que a escola também promove o desenvolvimento da comunidade. Os diretores potencializando essas ações nas escolas, o comprometimento do coletivo de oficineiros, coordenadores e articuladores e, ainda, os parceiros certos conduzindo o Programa Escola Aberta ao longo desses 10 anos fizeram com que as ações tivessem tanto êxito e tantos sonhos realizados", disse a secretária.

Significado

Em tempos de industrialização, a secretária lembrou que o Programa Escola Aberta resgata o processo artesanal. "Estão lá o toque, a história, o tempo, o sentimento, o detalhe que cada um faz, do que produz, algum instrumento, alguma peça, agenda, caneta, um chinelo bordado, ou o tempo que se passa nos laboratórios de informática ajudando alguém a fazer a declaração do Imposto de Renda. A gente sabe o sentido e o significado que isso tem para as pessoas que vivem o programa", disse.

Todos têm algo a ensinar e aprender

"A gente quer muito que a escola seja de fato aberta para a comunidade como espaço de cultura e lazer. Nesses 10 anos, acho que o mais importante foi conseguir na prática o que a gente aprende com Paulo Freire, que todo mundo tem algo a ensinar e algo a aprender. E conseguimos visualizar isso nos finais de semana quando a gente vivencia isso", disse a coordenadora do Programa Escola Aberta em Vitória, Fátima Burzlaff.

Vitória, uma cidade educadora

A diretora da Fundação SM e ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, esteve em Vitória a convite da Seme e falou aos participantes sobre "A consolidação do Programa Escola Aberta no Brasil".
"Para educar um indivíduo, é preciso envolver e articular diversos outros indivíduos, tempos e espaços, pois somos sujeitos compostos das mais diversas características, necessidades e possibilidades de aprendizagem. Todos – escola, família, comunidade e a própria cidade – são educadores e aprendizes de um mesmo e colaborativo processo de aprendizagem. Uma cidade educadora revela talentos e investe nos potenciais de suas comunidades com foco em uma ação educativa permanente e que responda a todos. E é assim que eu enxergo Vitória", disse Pilar.
Douglas Schneider
Seminário do Programa Escola Aberta
Placa comemorativa dos 10 anos do Programa Escola Aberta foi entregue a educadores(Ampliar imagem)
Douglas Schneider
Seminário do Programa Escola Aberta
Palestras, mesas-redondas e relatos de experiências fazem parte da programação(Ampliar imagem)

Depoimentos

"Para mim, o Programa Escola Aberta é um trabalho de amor ao próximo. Eu não vivo sem Escola Aberta, senão eu vivo sem ajudar o próximo", disse Maria Izabel 'Baiana', coordenadora na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Gosto porque o artesanato, para mim, é como uma terapia", disse Geralda Alves dos Santos Bravim, oficineira na Emef Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé.
"Eu ensinei muitas crianças e mulheres a fazer tapete. Às vezes, encontro com algumas na rua e dizem: 'oi, estou fazendo tapete, estou vendendo, tá tendo renda pra mim'. Fico tão feliz que eu chego em casa e chego a chorar", afirmou Maria Lopes, oficineira na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Meu filho entrou aqui com 7 anos e agora está pintando. Então não vou comprar mais presente caro, pois meu filho pega uma toalha, pinta, escreve o nome, personaliza, e dá de presente", declarou Nauguimar Cristina, oficineira na Emef Marechal Mascarenhas de Moraes, em Maria Ortiz.
"Presenciei uma experiência interessante. Uma senhora morava em Vitória e a mãe, em Belo Horizonte. Essa senhora veio fazer o artesanato dentro do Escola Aberta, aprendeu a fazer crochê e peças íntimas, passou a comercializar as peças que aprendeu a fazer aqui e, em apenas seis meses, ela conseguiu, pela primeira vez, visitar a mãe, no outro estado, com a renda desse trabalho", Divina Caetano Dias, articuladora de várias Emefs na região de São Pedro.
"Toda vez que a gente vem, aprende alguma coisa, como dança e capoeira", contou Ana Beatriz, participante da Escola Aberta na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Eu ficava em casa direto, só na internet, aí depois meus colegas começaram a me chamar, comecei a vir e a gostar, e passei a frequentar todo sábado. Aqui eu aprendo a fazer artesanato, aqui eu posso mostrar o que eu sei fazer, meus desenhos, minhas pinturas e minhas obras de arte", relatou David, participante do Programa Escola Aberta na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.

Programação

O Seminário Programa Escola Aberta: "Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?" continua neste sábado (28), na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Edna de Mattos Siqueira Gáudio, em Jesus de Nazareth. O encontro acontecerá das 8h às 17h e contará com apresentação cultural dos alunos das Emefs Ronaldo Soares, Regina Maria Silva e Edna de Mattos, palestras, mesas-redondas e relatos de experiências. Confira a programação completa.
Arquivo PMV
Oficina de capoeira realizado no Projeto Escola Aberta
Crianças participam de diferentes atividades nas escolas aos finais de semana
Arquivo PMV
Projeto Escola Aberta na Emef Eliane Rodrigues
Objetivo é contribuir para a inclusão social, a cidadania e a melhoria da qualidade educacional

Informações à imprensa:

Carmem Tristão (ctristao@vitoria.es.gov.br) | Tel(s).: 3135-1000 / 98889-6140 / 98139-7097
Com edição de Matheus Thebaldi


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