Publicada em 27/03/2015, às 11h54 | Atualizada em 27/03/2015, às 17h24
Douglas Schneider
Abertura do Seminário Programa Escola Aberta: "Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?" aconteceu no auditório da PMV
A abertura do Seminário Programa Escola Aberta: "Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?", na noite da última quarta-feira (25), no auditório da Prefeitura, foi marcada por depoimentos emocionantes de quem faz parte da iniciativa desde o início.
Vinte pessoas, entre diretores, oficineiros, coordenadores, articuladores e lideranças comunitárias, receberam das mãos da secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio, a placa comemorativa dos 10 anos do programa federal Escola Aberta em Vitória.
"O programa só tem efetividade porque nós temos diretores que abraçaram essa causa e reconhecem que educação não pode se restringir apenas ao processo de escolarização daqueles que estão matriculados na unidade de ensino. É preciso reconhecer que a escola também promove o desenvolvimento da comunidade. Os diretores potencializando essas ações nas escolas, o comprometimento do coletivo de oficineiros, coordenadores e articuladores e, ainda, os parceiros certos conduzindo o Programa Escola Aberta ao longo desses 10 anos fizeram com que as ações tivessem tanto êxito e tantos sonhos realizados", disse a secretária.
Significado
Em tempos de industrialização, a secretária lembrou que o Programa Escola Aberta resgata o processo artesanal. "Estão lá o toque, a história, o tempo, o sentimento, o detalhe que cada um faz, do que produz, algum instrumento, alguma peça, agenda, caneta, um chinelo bordado, ou o tempo que se passa nos laboratórios de informática ajudando alguém a fazer a declaração do Imposto de Renda. A gente sabe o sentido e o significado que isso tem para as pessoas que vivem o programa", disse.
Todos têm algo a ensinar e aprender
"A gente quer muito que a escola seja de fato aberta para a comunidade como espaço de cultura e lazer. Nesses 10 anos, acho que o mais importante foi conseguir na prática o que a gente aprende com Paulo Freire, que todo mundo tem algo a ensinar e algo a aprender. E conseguimos visualizar isso nos finais de semana quando a gente vivencia isso", disse a coordenadora do Programa Escola Aberta em Vitória, Fátima Burzlaff.
Vitória, uma cidade educadora
A diretora da Fundação SM e ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda Almeida e Silva, esteve em Vitória a convite da Seme e falou aos participantes sobre "A consolidação do Programa Escola Aberta no Brasil".
"Para educar um indivíduo, é preciso envolver e articular diversos outros indivíduos, tempos e espaços, pois somos sujeitos compostos das mais diversas características, necessidades e possibilidades de aprendizagem. Todos – escola, família, comunidade e a própria cidade – são educadores e aprendizes de um mesmo e colaborativo processo de aprendizagem. Uma cidade educadora revela talentos e investe nos potenciais de suas comunidades com foco em uma ação educativa permanente e que responda a todos. E é assim que eu enxergo Vitória", disse Pilar.
Douglas Schneider
Placa comemorativa dos 10 anos do Programa Escola Aberta foi entregue a educadores
Depoimentos
"Para mim, o Programa Escola Aberta é um trabalho de amor ao próximo. Eu não vivo sem Escola Aberta, senão eu vivo sem ajudar o próximo", disse Maria Izabel 'Baiana', coordenadora na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Gosto porque o artesanato, para mim, é como uma terapia", disse Geralda Alves dos Santos Bravim, oficineira na Emef Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé.
"Eu ensinei muitas crianças e mulheres a fazer tapete. Às vezes, encontro com algumas na rua e dizem: 'oi, estou fazendo tapete, estou vendendo, tá tendo renda pra mim'. Fico tão feliz que eu chego em casa e chego a chorar", afirmou Maria Lopes, oficineira na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Meu filho entrou aqui com 7 anos e agora está pintando. Então não vou comprar mais presente caro, pois meu filho pega uma toalha, pinta, escreve o nome, personaliza, e dá de presente", declarou Nauguimar Cristina, oficineira na Emef Marechal Mascarenhas de Moraes, em Maria Ortiz.
"Presenciei uma experiência interessante. Uma senhora morava em Vitória e a mãe, em Belo Horizonte. Essa senhora veio fazer o artesanato dentro do Escola Aberta, aprendeu a fazer crochê e peças íntimas, passou a comercializar as peças que aprendeu a fazer aqui e, em apenas seis meses, ela conseguiu, pela primeira vez, visitar a mãe, no outro estado, com a renda desse trabalho", Divina Caetano Dias, articuladora de várias Emefs na região de São Pedro.
"Toda vez que a gente vem, aprende alguma coisa, como dança e capoeira", contou Ana Beatriz, participante da Escola Aberta na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
"Eu ficava em casa direto, só na internet, aí depois meus colegas começaram a me chamar, comecei a vir e a gostar, e passei a frequentar todo sábado. Aqui eu aprendo a fazer artesanato, aqui eu posso mostrar o que eu sei fazer, meus desenhos, minhas pinturas e minhas obras de arte", relatou David, participante do Programa Escola Aberta na Emef Ronaldo Soares, em Resistência.
Programação
O Seminário Programa Escola Aberta: "Uma década de protagonismo. E agora? Quais os novos desafios?" continua neste sábado (28), na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Edna de Mattos Siqueira Gáudio, em Jesus de Nazareth. O encontro acontecerá das 8h às 17h e contará com apresentação cultural dos alunos das Emefs Ronaldo Soares, Regina Maria Silva e Edna de Mattos, palestras, mesas-redondas e relatos de experiências. Confira a programação completa.
Arquivo PMV
Crianças participam de diferentes atividades nas escolas aos finais de semana
Arquivo PMV
Objetivo é contribuir para a inclusão social, a cidadania e a melhoria da qualidade educacional
Informações à imprensa:
Carmem Tristão (ctristao@vitoria.es.gov.br) | Tel(s).: 3135-1000 / 98889-6140 / 98139-7097
Com edição de Matheus Thebaldi
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