O Dia Internacional do Idoso, instituído pela Organização das Nações Unidas (Onu), é nesta quarta-feira, 1º de outubro. Em comemoração à data, fomos conhecer a história de um casal de idosos, morador de Cariacica. Lívia do Rosário Pimentel, 75, e Mario Pimentel, 78, que contou um pouco da sua experiência.
Eles nos receberam em sua residência, no bairro Alto Lage. O aspecto ao redor da casa é o de uma cidadezinha do interior. Flores brancas no quintal sinalizam a paz de um lar aconchegante e acolhedor. A sala é coberta de lembranças, são mais de meio século de união matrimonial reveladas em fotografias da família numerosa que se formou. São seis filhos e meia dúzia de netos.
O cheiro do café, preparado na cozinha por uma das netas, chega à sala estimulando o paladar. O vento que entra pela porta e pela janela acaricia as toalhas com rendas e marcas, testemunhas da paciência e persistência de mãos acostumadas com o trabalho. Sentados no sofá e abraçados como namorados, o casal conta que está casado há 53 anos.
A dica para uma união tão duradoura é revelada pelo marido em tom divertido. “Ela bate, eu fico quieto. Ela fala, eu fico quieto”, brincou o aposentado. Mas Lívia conta que o segredo está no amor, no respeito, na divisão das tarefas, em ter a vida de casal, mas não abrir mão da individualidade.
O companheirismo da dupla está presente em todos os momentos, inclusive, na divisão de tarefas, ela exemplifica: “Ao acordar vou à padaria, e o meu marido prepara o café”. Em relação à individualidade, ela citou os passeios. “Sou guia turística, vivo viajando. Ele também viaja sem mim. Nós nos amamos e somos muito felizes juntos, respeitando o espaço um do outro”.
O casal recorda como a vida deles se cruzou. Eles foram apresentados por uma amiga em comum. Ao conhecê-lo Lídia foi respeitosa: “Oi! O senhor está bem? Mas, Mário não gostou muito da formalidade: “Senhor? Não! Eu não sou casado! Pretendo me casar, mas ainda não casei!”, mandou logo uma indireta.
A partir daí, o rapaz passou a cortejar a moça. Mandou recado dizendo que tinha gostado dela. Os primeiros encontros aconteceram em uma procissão religiosa e no Convento da Penha em um domingo de Páscoa. “Antigamente o namoro era diferente, não tinha essa agarração que tem hoje”, destacou Lídia. Eles namoram e com seis meses se casaram.
Nesse tempo de vida e união eles aprenderam muito e viram Cariacica se desenvolver. “Lembro que aqui em Alto Lage não tinha nada, havia poucas casas e estradas. A cidade cresceu muito, ganhou em estrutura e muitas coisas boas. Infelizmente, a violência também aumentou. O respeito aos mais velhos não é mais o mesmo.”, lamentou a idosa.
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