sábado, 13 de abril de 2013

PAUL DE GRAÇA ARANHA, COLATINA, RECEBE TURISTAS DOMINGO PARA A FESTA DE ARRANCADA DO MASTRO DA BANDA DE CONGO




12/04/2013 - Muitas histórias podem ser contadas nestes 62 anos pelo mestre Alcides, 84 anos, e a rainha Maria, 70 anos, da Banda da Congo de São Benedito, do distrito de Paul de Graça Aranha. São os dois personagens mais importantes de um grupo folclórico que simboliza a persistência e o amor à cultura popular. Que no interior do Estado cultiva as antigas tradições ainda resistindo aos novos tempos.
Quem quiser participar da alegria proporcionada por eles, terem a honra de conhecê-los, com certeza não vai se arrepender se for participar da festa de aniversário da Banda, que será domingo (14), a partir das 5 horas da manhã, quando começa a alvorada festiva com uma queima de fogos. Às 10h30 terá a Santa Missa na Paróquia local, que será realizada pelo pároco Luizmar Passarelli, com as participações das comunidades da região e ainda de Acioli (município de João Neiva).
Os anfitriões têm um encontro marcado às 14 horas, com as Bandas de Colatina Velha, Novo Brasil (município de Governador Lindenberg) e Acioli, para animar o espetáculo de som dos tambores e da dança típica. Será o encontro de pessoas de diferentes gerações, de quem quiser se divertir nas ruas de Paul, na Arrancada do Mastro.

Arrancada do mastro
A Arrancada do Mastro é o ritual de retirar o “mastro”, um pedaço de madeira, com poucos metros de comprimento, enfeitado com bandeirinhas, flores e fitas e um quadro ou bandeira do santo no seu topo. Em Paul ele está “fincado” na Praça da igreja católica Nossa Senhora Auxiliadora, desde a festa da Fincada do Mastro, realizada em dezembro passado, após ter sido achado por algumas pessoas que participam de uma brincadeira de escondê-lo em algum lugar do lugarejo. Na ocasião quem participa da brincadeira sai a procurá-lo ao som de muitos cânticos, dança e foguetes
É mais uma ocasião das tantas que o lugarejo proporciona com a alegria de seus moradores, a quem chega lá. Mais um momento de convívio de boas relações de amizade, construídas há décadas, apenas pelo prazer de brincar. Muito especial para algumas pessoas que resolveu se juntar em 1951 (12 de setembro) para homenagear São Benedito no seu dia, 26 de dezembro, dançar e cantar, bater tambor e fazer batuque, como as bandas do gênero que foram criadas por todo o Estado na época.
Hoje são cerca de 30 pessoas, de quatro gerações, filhos, netos e bisnetos dos primeiros integrantes. Homens, mulheres e crianças, que reverenciam São Benedito e São Sebastião, através de cânticos, atraindo muitos devotos por todas as partes onde se apresentam.
Mestre Alcides Guedes é um dos fundadores, e tem ao lado também seus filhos Geraldo e Germano e ainda o neto Lucas, mas a esposa Santa e os outros filhos que não participam diretamente da Banda, não deixam de acompanhar as apresentações. “Sempre gostei de dançar e cantar. Desde quando me juntei com os amigos para criar a banda nunca mais deixei. Daqui só saio quando morrer”, destacou o mestre.
A mesma coisa acontece com a rainha Maria Ribeiro de Souza. Ela não esconde a emoção quando fala da Banda que ajuda a preservar. “Meus filhos também participam. Danço e canto carregando a bandeira com a mesma emoção de quando comecei ainda bem jovem. É a minha vida”, ressalta.
A Banda de Paul, já foi premiada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), no valor de R$ 10 mil (compra de instrumentos) por vencer um concurso entre 10 bandas capixabas. É convidada em participar de eventos em todo o Estado. A festa tem o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura.

O que é Banda de Congo?
Conforme a definição do folclorista Guilherme Santos Neves, ex-professor da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo ), banda de congo é uma manifestação folclórica tipicamente capixaba. Chamada também de congos ou grupos de congos reúne grupos compostos de homens, mulheres e até crianças, que tocam, cantam e dançam, em dias de festas de santos (São Benedito, São Sebastião e São Pedro), nas puxadas de mastro ou festas eventuais.
As cantigas sobre temas variados, guardados na memória ou improvisados, são entoadas de forma dolente, dando-lhes um toque de tristeza indefinida. Os instrumentos são também em número variável, determinado de acordo com os elementos do grupo: chocalhos, cuícas, congos, casacas, tambores, caixas, ferrinhos (triângulos), pandeiros, ganzás. Maior destaque para a casaca, também denominada reco-reco de cabeça, cassaca, canzaca, canzá, ganzá, caracaxá, reque- reque e reco-reco.
   
   
  

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